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20/09/2023

Lusalite

 


A Lusalite - Sociedade Portuguesa de Fibrocimento, S.A.R.L. foi fundada por 1933 pela Corporação Mercantil Portuguesa, L.da, do empresário Raúl Abecassis, com instalações na Cruz Quebrada - Algés no município de Oeiras.

O seu principal produto, que se tornou sinónimo do próprio nome da empresam eram as chapas onduladas em fibrocimento com aplicação em revestimentos de fachadas mas sobretudo de coberturas, em cuja composição entrava o amianto. Mas o leque de artigos fabricados pela Lusalite era naturalmente mais alargado, como tubagens para abastecimento de água e redes de esgotos, depósitos de água, etc.

O quase monopólio do fabrico e comercialiação dos produtos em fibrocimento era detido pela Lusalite e pela Cimianto, esta fundada em 1942. Neste contexto fundiram-se ambas as empresas em 1945 de que resultou a Novinco - Novas Indústrias de Materiais de Construção, S.A. com instalações em Leça do Balio. Pelo 25 de Abril de 1974 a Lusalite empregava perto de 800 funcionários o que atesta da sua importância.

Actualmente está comprovada a perigosidade  para a saúde do amianto, com incidência cancerígena, e proibido pela União Europeia desde 2004. Esta decisão comunitária desferiu um rude e fatal golpe nesse material e foi inevitável o encerramento das empresas que dependiam da sua incorporação, como foi o caso da Lusalite e depois mesmo a Novinco, encerrada por insolvência em 2009, à qual anteriormente havia sido vendida a marca.

Apesar disso, e desse material já não ser fabricado nem utilizado e estarem a ser realizadas acções da sua remoção, sobretudo em edifícios públicos, num processo que as associações ambientalistas e de saúde dizem ser lento, a verdade é que ainda faz parte de muitos milhares de construções, incoproradas as placas da Lusalite sobretudo nas coberturas de edifícios de habitação, como fábricas e ainda em muitas escolas. 

Em todo o caso, a Lusalite é uma das grandes marcas associadas à nossa memória colectiva e exemplo de que certos produtos ou conceitos tidos como quase milagrosos numa determinada época, acabam, como o tempo, por ser postos de lado, no caso por questões de saúde, mas tantas vezes por meras modas ou hábitos de consumo ou ainda por outros motivos menos sustentados.

11/09/2023

Águas Campilho - Vidago

 


Um destes dias, em férias, tive a oportunidade de visitar a fábrica de engarrafamento da clássica água Campilho, em Vidago, para além das instalações da fonte e da unidade original edificada no final do séc. XIX. Esta em estado de abandono e quase ruína. Felizmente, parece que há projecto para a sua requalificação em respeito pela traça original. A ver vamos e na esperança de que sim, pois importa que tão importante e histórico património da região e do país não seja desbaratado.

Quanto à agua da fonte Campilho, com excelente propriedades, ainda fora de certos circuitos comerciais, é das melhores que já provei das nossas águas naturalmente gaseificadas, mesmo daquelas que modernamente tendo sabores a frutos e limões, nunca se viu entrar nas suas instalações um quilo de tal frutaria. Nem sempre o que parece, ou sabe, é.







21/07/2023

O meu ZX Spectrum 128K +2

A malta de agora, os mais novos, claro, não sabem destas coisas porque desde os primeiros momentos em que abriram os olhos e as orelhas ao mundo, ainda antes de se lhes tapar a moleirinha, já viam certamente os seus pais com telemóveis e depois já pela escola começaram a familiarizar-se com os computadores, entre eles os Magalhães, oferecidos às toneladas pelo bondoso do malabarista Sócrates (sendo que não foi por aí que o país escorregou para a bancarrota). Depois pelos aniversários, páscoas e natais, as consolas, as Segas, as Play Stations, os Nitendos, etc, etc., bem como de seguida a procissão com os andores de todas as demais santas tecnologias, que quase num passe de mágica se tornaram comuns e familiares e hoje qualquer um de nós, desde uma imberbe criança a frequentar o Jardim Escola até aos mais velhinhos no Lar, tem pelo menos um computador no bolso, com apps (aplicações) para tudo e mais alguma coisa, só faltando mesmo fazer francesinhas e tirar finos. Mas com tempo...

Ora eu e outros como eu, os cotas, podemos dizer que já fomos a Marte e a Saturno e que regressamos porque de facto o salto, gigantesco, foi quase cósmico, e nunca o aforismo do "ir do 8 ao 80" fez tanto sentido.

Andamos, pois, já acostumados a ter um potente computador no bolso e para além da função básica de fazer e receber chamadas telefónicas há toda uma catrefada de ferramentas tecnológicas para tudo e mais alguma coisa, que o 5G veio exponenciar, e com a AI, Inteligância Artificial, a permitir ao mais burros e iletrados da escola a possibilidade de se fazerem passar por génios, seja lá em que área, tanto a que lhes ensinam a somar 2 + 2,  a plantar alfaces, como a elaborar uma tese de mestrado ou mesmo a contruír um míssel hipersónico. Desde o puro entretenimento e arte de encher chouriços até às engenharias e ciências, tudo cabe ali e está ao alcance da ponta do dedo. E se não cabe, compra-se uma coisa ainda mais potente, com mais gigas, mais memória, mais velocidade nos processadores. E se um Android é coisa de pobretanas, vai-se num iphone xpto que é outra música e sobretudo dá estatuto. Aquela maçã trincada ali na parte de trás da coisa vale agora mais que noutros tempos um livre trânsito para entrar no campo de jogos do clube da aldeia ou na discoteca do bairro com direito a um Highland Clan.

Mas retomando o fio à meada, nos idos da década de 80,  quando os telemóveis eram ficção científica antes de começarem a ser tijolos, e os computadores profissionais coisas tipo sapateiras que ocupavam uma sala e pesavam tanto como um tractor, eu tive um computador portátil, maneirinho. Só não terei sido o primeiro na aldeia porque o comprei ao primeiro, então como agora passados 40 anos, inapto a usar tudo o que tenha teclas. Por isso, posso dizer que o comprei quase virgem, ainda com a caixa a cheirar a novo, e com um custo para o qual dispendi três ordenados e dava para comprar uma motorizada.

Foi, pois, ali por 1986 e uns picos, com o ZX Spectrum 128K +2, também conhecido como Sinclair ZX Spectrum +2, que foi lançado em Setembro desse ano. Então foi uma versão actualizada do ZX Spectrum, um popular computador doméstico lançado pela Sinclair Research Ltd. A versão +2 trouxe algumas melhorias em relação ao modelo anterior, incluindo a capacidade de carregar jogos e programas através de um leitor de cassetes de fita embutido, além de possuir 128KB de memória RAM. Essa actualização fez então do ZX Spectrum +2 um computador ainda mais atractivo para os ainda poucos utilizadores da época.

Convém lembrar que o computador só por si não tinha ecrã pelo que era comprado à parte, sendo que podia ser ligado à televisão e para os jogos poderia ainda ser ligado um joystick. Como se perceberá, com 128K de memória não dava para absolutamente nada de acordo com os actuais padrões, eventualmente para uma imagem de baixa qualidade, mas naquela altura dava para coisas que já pareciam impossíveis. É claro que o ponto forte da sua utilização era os jogos, que podiam ser carregados a partir de uma vulgar cassete do tipo de música, mas cujo carregamento só por si demorava aí uns 5 a 10 minutos e por vezes falhava o carregamento após esse tempo. Era o tempo em que a paciência era uma arte. Por sua vez os jogos nas cassetes podiam ser comprados ou então, como agora, pirateados.

Verdade se diga, então rudimentares como agora sofisticados, nunca me entusiasmaram os jogos de computador, tirando um ou outro, como o popular Chukie Egg, em que alcançar um outro nível era quase como atingir um orgasmo, mas preferia programar outras coias, incluindo músicas cujo som era apenas o monocórdico bip. Mas nesse espírito aprendi a linguagem de programação que o computador usava, o Visual Basic, chegando mesmo a tirar formação e comprando livros. Fiz assim programas de contabilidade e outros na altura inovadores.

A verdade é que não mexendo na coisa há muitos anos, e mesmo que o monitor tenha ido prestar contas ao criador, a verdade é que ainda tenho o computador lá por casa e uma catrefada de cassetes. No fundo são memórias ainda muito vivas e palpáveis e que mais não seja, servem para nos trazer à realidade dos tempos actuais e ter em conta o fosso gigantesco ocorrido em apenas três décadas. 

Nem vale a pena lembrar, mas é claro que desde lá para cá, fomos tomando parte no processo de desenvolvimento e passando por todas as fases, a contar as versões do Windows, a sentir o peso e volume dos computadores e monitores a diminuirem, depois a internet e com ela todo um mundo como a digitalização dos serviços e empresas, as redes sociais, a inteligência artificial, etc. etc, etc.

É o que é, e só quem trilhou essas duas partes do caminho, como nas realidades ou fantasias do país maravilhoso de Alice, dividido pelo espelho, é que pode sentir as diferenças e com elas espantar-se, ou não. Os mais novos, estou certo, nunca as conhecerão nem se espantarão porque entraram e viajarão sempre com o combóio em alto andamento.

Mas fica aqui para os meus seguidores a memória e o testemunho, sobretudo para quem não acredita que foi assim no passado não muito distante.


É BOM SABER:

Ainda a propósito do computador de que falei, na época do lançamento do ZX Spectrum 128K +2 em 1986, havia vários computadores concorrentes no mercado, alguns dos quais competiam directamente com o ZX Spectrum e outros que faziam parte do cenário geral de computadores domésticos da década de 1980. Alguns dos principais concorrentes do ZX Spectrum +2 incluíam:

Commodore 64: Lançado em 1982, o Commodore 64 era um dos concorrentes mais fortes do ZX Spectrum. Ele tinha uma ampla base de utilizadores e uma grande biblioteca de jogos e programas.

Amstrad CPC: A série de computadores Amstrad CPC, lançada em 1984, também era uma concorrente directa do ZX Spectrum. O Amstrad CPC oferecia gráficos e som melhorados e foi uma escolha popular para jogos e aplicações educacionais.

Atari 8-bit: A linha de computadores Atari 8-bit, incluindo modelos como o Atari 800 e o Atari 800XL, também competia com o ZX Spectrum. Foram bastante populares nos EUA e noutros países.

MSX: O padrão MSX foi uma plataforma de computador amplamente adoptada por várias empresas de electrônicos no Japão e noutros lugares. Embora não tenha sido tão popular em algumas regiões, os computadores MSX eram concorrentes do ZX Spectrum em vários mercados.

Apple II: Embora fosse mais comum nos Estados Unidos, o Apple II também foi vendido noutros países  e competia com outros computadores domésticos da época, incluindo o ZX Spectrum.

Esses são apenas alguns exemplos dos computadores concorrentes do ZX Spectrum 128K +2 na década de 1980. O mercado de computadores domésticos já era diversificado e competitivo naquela época, com várias opções disponíveis para os consumidores. Cada um desses computadores tinha as suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha do computador muitas vezes dependia das preferências pessoais e do conteúdo de software disponível para cada plataforma.

De lá para cá o salto foi gigantesco mas em muitos aspectos foram padronizados os sistemas enquanto plataformas, sobretudo no hardware, ficando a diversidade por conta do software e serviços.

06/07/2023

Ano Internacional da Juventude - 1985

 


Está na ordem do dia o evento da Jornada Mundial da Juventude que decorrerá na cidade de Lisboa já na primeira semana do mês de Agosto deste ano de 2023. Espera-se a presença do papa Francisco e a participação de mais de um milhão de jovens peregrinos provenientes de todo o mundo. Antes uma semana decorrerão as pré-jornadas em que largos milhares de jovens serão distribuidos pelas diferentes dioceses  e paróquias, mesmo em contexto de convivência com famílias de acolhimento, num contacto mais próximo com as realidades de cada comunidade. Cá por casa estou igualmente à espera de acolher dois desses jovens.

Nesta onda relacionada à juventude, aos seus desafios e anseios, salta-nos à memória um importante acontecimento também relacionado aos jovens de então, onde me incluia, concretamente o Ano Internacional da Juventude em 1985.  De resto, dentro da sua comemoração, em 31 de Abril realizou-se em Roma - Itália, no Vaticano um Encontro Mundial de Jovens e que de certo modo veio dar lugar às jornadas mundiais da juventude, com a primeira edição a ocorrer no ano seguinte (1986), também em Roma.

O Ano Internacional da Juventude (AIJ), ou Internation Youth Year (IYY), decorreu em 1985 e teve como objetivo central abordar questões e problemas relacionados com os jovens a nível internacional. Esta iniciativa foi proclamada pela Assembleia Geral da ONU e assinada a 1 de Janeiro desse mesmo ano pelo então Secretário-Geral, o peruano Javier Pérez de Cuéllar.

Durante todo o ano de 1985, ocorreram várias actividades em todo o mundo, sob a coordenação do Secretariado da Juventude do Centro para Desenvolvimento Social e Negócios Humanitários, com sede em Viena, Áustria. Mohammad Sharif dirigia esse Secretariado e também ocupava o cargo de Secretário Executivo do Ano Internacional. O evento foi presidido por Nicu Ceauşescu, filho do ditador romeno, Nicolau Ceauşescu.

Embora não tenha organizado eventos específicos sobre este tema, o Secretariado para o Ano Internacional da Juventude contribuiu para o sucesso deste acontecimento, através da colaboração na realização de diversos encontros, tendo como lema "Participação, Desenvolvimento e Paz".

O principal evento da ONU durante o Ano Internacional da Juventude foi o Congresso Mundial da Juventude, organizado pela UNESCO, realizado em Barcelona de 8 a 15 de julho de 1985. Neste congresso, foi emitida a Declaração de Barcelona, um importante documento que resultou desse encontro.

Por cá, recordo-me de participar em vários eventos promovidos a nível vicarial e diocesano, incluindo a realização de um festival da canção de temática a propósito, onde também fiz parte do grupo de jovens da minha paróquia, tendo então vencido a nível vicarial e depois com direito a participar na final a nível diocesano num encontro memorável para os largos milhares de participantes.

Boas memórias, desde logo porque também eu era jovem, mas apesar de decorridos quase 40 anos os jovens, embora com realidades e contextos diferentes, continuam a ter desafios pela frente, sociais, culturais, religiosos mas também existenciais. Enfim, é uma luta que não termina e que dará sempre pano para mangas para anos internacionais, jornadas da juventude e outros eventos que tais sem que algum dia sejam atingidos todos os desafios que se colocam permanentemente e a cada instante aos jovens. Estes, como eu e muitos, acabamos por envelhecer e em rigor, talvez pela natureza das coisas, parece que nada mudou.

Mas fica a memória de um ano e acontecimentos marcantes.




21/06/2023

Vinhos e óleos

 


Cartaz publicitário do ano de 1948 aos lubrificantes da Mobil.

Como curiosidade, a relação ou comparação que é feita entre os vinhos e os lubrificantes. É certo que os publicitários sempre tiveram que ser imaginativos e criativos, e na actualidade ainda importam essas premissas, mas por vezes lá inventam umas que nem ao diabo lembram. Em todo o caso e de algum modo, este estilo de publicidade muito baseado em mensagens de texto, era corrente e normalizado por esses tempos.

13/06/2023

Terrahawks



Hoje trazemos à memória a série de TV "Terrahawks". Trata-se de uma série de televisão de animação e marionetes criada por Gerry Anderson, conhecido por suas produções icônicas como foram  "Thunderbirds" e "Captain Scarlet". A série foi ao ar originalmente entre 1983 e 1986 e possui um total de 39 episódios.

"Terrahawks" decorre no século XXI, em 2020, e retrata um futuro distópico em que a Terra é ameaçada por uma raça alienígena conhecida como Zelda. Para enfrentar essa ameaça, a Terra estabelece uma organização de defesa chamada Terrahawks, liderada pelo Dr. Tiger Ninestein e a sua equipa de especialistas, que controlam uma base secreta chamada "Hawkwing".

A série combina elementos de ficção científica, ação e comédia. A principal característica visual de "Terrahawks" são as marionetes, que dão vida aos personagens. As marionetes são controladas por fios e têm expressões faciais articuladas, criando uma estética única e distintiva. 

Dentro dos actuais padrões, esta série é de facto muito rudimentar mas na época, com a informática e os computadores a darem os primeiros passos, a coisa apresentava-se com um certo encanto, sobretudo para o público a que se dirigia, o infanto-juvenil. Mesmo o ano de 2020, em que se localizava no tempo, parecia então muito distante e no entanto já passamos por ela e ainda andamos apenas com ideias sobre a futura e ainda distante colonização da Lua e Marte. De resto, um pouco como a emblemática série Espaço 1999. Já agora e a propósito, há uma óbvia semelhança de rostos nestas marionetas com alguns dos intervenientes na série Espaço 1999. Ou será apenas a nossa impressão?

Ao longo dos episódios, os Terrahawks enfrentam as ameaças de Zelda e sua horda de monstros alienígenas. Eles utilizam uma variedade de veículos e armas futuristas para combater as forças do mal, incluindo a nave espacial "Terrahawk" e uma série de robôs de combate chamados de "Zeroids".

"Terrahawks" é conhecida por sua abordagem divertida e cheia de ação, bem como por seu estilo visual único. A série atraiu fãs de todas as idades, oferecendo um entretenimento cativante e emocionante. Embora tenha sido lançada há algumas décadas, "Terrahawks" continua a ter uma base de fãs leais e é lembrada como uma das criações notáveis de Gerry Anderson.



Ficha técnica da série "Terrahawks":

- Criador: Gerry Anderson
- Ano de exibição: 1983-1986
- Gênero: Animação, Ação, Ficção Científica
- País de origem: Reino Unido
- Número de temporadas: 3
- Número de episódios: 39
- Produtor executivo: Gerry Anderson
- Compositor da trilha sonora: Richard Harvey
- Estúdio de Produção: Anderson Entertainment
- Distribuidora: ITC Entertainment
- Duração média do episódio: Aproximadamente 25 minutos

Principais Membros do Elenco:

- Jeremy Hitchen: Dr. Tiger Ninestein (voz)
- Anne Ridler: Mary Falconer (voz)
- Denise Bryer: Zelda (voz)
- Windsor Davies: Sgt. Major Zero (voz)
- Ben Stevens: Capitão Kate Kestrel (voz)
- Robbie Stevens: Tenente Hiro (voz)
- Jeremy Hitchen: Tenente Hawkeye (voz)
- Denise Bryer: Dix Huit (voz)
- David Graham: Dr. 'Tiger' Ninestein (voz)

Alguns apontamentos técnicos sobre a série "Terrahawks":

1. Técnica de Marionetes: "Terrahawks" utiliza marionetes como forma de representação dos personagens. As marionetes são feitas de materiais como plástico e metal, possuindo articulações que permitem movimentos limitados. Os manipuladores operam as marionetes através de fios e sistemas de controle, dando-lhes vida e expressão.

2. Efeitos Especiais: A série faz uso de uma variedade de efeitos especiais, considerando as limitações da época. Os efeitos incluem explosões e tiros a laser, implementados com o auxílio de miniaturas, chroma key e técnicas de edição.

3. Modelagem de Cenários: Os cenários em "Terrahawks" são construídos em miniatura e projetados para simular diferentes ambientes. A equipe de produção cria maquetes detalhadas, incluindo paisagens alienígenas, bases secretas e espaçonaves.

4. Design de Personagens: Cada personagem é cuidadosamente projetado e construído para refletir sua personalidade e papel na história. Os trajes, acessórios e características faciais das marionetes são elaborados para transmitir as características únicas de cada personagem.

5. Trilha Sonora: A música desempenha um papel importante na série, fornecendo uma atmosfera emocional e destacando a ação. A trilha sonora de "Terrahawks" foi composta por Richard Harvey e apresenta uma mistura de sons eletrônicos e orquestrais.

6. Direção de Voz: As vozes dos personagens são dubladas por atores de voz profissionais. Cada ator trabalha em conjunto com os manipuladores de marionetes para sincronizar os diálogos e os movimentos das marionetes.

7. Roteiro e Direção: A série foi concebida por Gerry Anderson, que também foi o produtor executivo. Anderson trabalhou em colaboração com uma equipe de roteiristas para desenvolver a história e os episódios individuais. A direção dos episódios foi realizada por diferentes diretores ao longo da série.

Esses apontamentos técnicos destacam alguns aspectos da produção de "Terrahawks" e mostram como a combinação de técnicas de marionetes, efeitos especiais e design visual criou um mundo cativante e distintivo para a série.

12/06/2023

Starman - Série TV




Hoje trazemos à memória a série de TV "Starman", de origem nos Estados Unidos e exibida originalmente na ABC de 1986 a 1987. Na RTP foi exibida pouco depois. Esta série foi baseada no filme de mesmo nome de John Carpenter de 1984 e no aproveitamento da popularidade que algum tempo antes, em 1982, teve o filme E.T. de Stevem Spielberg.

A série foi protagonizada por Robert Hays como o personagem principal, o extraterrestre Starman, que veio à Terra para encontrar seu filho. Christopher Daniel Barnes interpretou o papel do filho de Starman.

"Starman" foi uma série de ficção científica e aventura que se concentrava na jornada de Starman enquanto ele tentava entender a cultura humana e encontrar seu filho perdido. A série misturava elementos de drama familiar com temas de exploração espacial e encontros com seres extraterrestres.

Embora a série tenha recebido uma resposta geralmente positiva da crítica, ela teve uma duração curta, com apenas uma temporada de 22 episódios com duração de 60 minutos. Apesar disso, "Starman" desenvolveu uma base de adeptos dedicada e ainda é recordada como uma importante série entre as muitas produzidas nos Estados Unidos na década de 1980.

As performances de Robert Hays e Christopher Daniel Barnes foram elogiadas por trazerem humanidade e empatia aos seus respectivos personagens. A química entre os dois atores também foi destacada como um ponto forte da série.


Título: Starman

Ano de produção: 1986-1987

Gênero: Ficção científica, Aventura

Criador: Bruce A. Evans, Raynold Gideon

Elenco principal:

Robert Hays como Starman

Christopher Daniel Barnes como Scott Hayden

Michael Cavanaugh como George Fox

Wendy Phillips como Jenny Hayden

05/06/2023

The Beatles - Série de animação

 

Hoje trazemos à memória a série de animação "The Beatles", ou "The Beatles Cartoon". Como se perceberá, referia-se à banda de música pop rock inglesa com o mesmo nome e que por essa época, no final dos anos da década de 1960, fazia furor pelo mundo ocidental e não só.

A série, num registo divertido e caricaturado, foi originalmente transmitida de 1965 a 1967 na ABC nos Estados Unidos. Cada um dos 39 episódios tem o nome de uma música dos Beatles, com a  história baseada na respectiva letra e que também era tocada no decurso do episódio. 

Em Portugal não tenho informação correcta do ano em que passou originalmente, mas tenho memória que ainda na década de 1970 pois ainda no registo "preto-branco".

Dizem as informações que os quatro Beatles não se envolveram na série e que dela pouco ou nada falavam mas que anos mais tarde terão tido comentários positivos. Não se sabe, mas é ainda natural que a série nem sequer tenha pago direitos de imagem. Era outros tempos. Hoje certamente, a exemplo dos cromos de futebol, a coisa seria diferente.

De minha parte posso dizer que a série ajudou em muito a moldar o gosto pelos The Beatles e pela sua música.

De mencionar que por essa época, na mesma onda de sucesso da banda, foi ainda produzido (em 1968) um filme de animação dedicado aos The Beatles, o "Yellow Submarine" (Submarino Amarelo).

24/05/2023

Plastic Man - Homem Plástico - Série de animação




Hoje trazemos à memória a série de animação "Plastic Man" na tradução portuguesa "Homem Plástico", com om origem nos Estados Unidos, a qual foi exibida originalmente entre 1979 e 1981. Há informação de que foram produzidos 29 episódios com uma duração aproximada de 20 minutos. Em Portugal a série passou também por essa altura, ainda com a RTP a preto e branco.

A série, num registo humorístico e divertido mostrava as as aventuras de Patrick "Pat" O'Brian, também conhecido como Plastic Man. Esta série foi baseada no famoso super-herói de banda desenhada, com o mesmo nome, do universo da DC Comics, criado por Jack Cole em 1941.

As aventuras giram em torno de Pat O'Brian, um divertido e habilidoso vigarista que acidentalmente adquire poderes elásticos após ser exposto a um misterioso líquido experimental. Com seus novos poderes, ele pode esticar e moldar o seu corpo em qualquer forma imaginável, tornando-se o super-herói elástico conhecido como Plastic Man.

Nos diferentes episódios, Plastic Man combate o crime na cidade de Coast City. Ele usa os seus poderes associados ao plástico ou mesmo borracha, para se infiltrar em locais inacessíveis, capturar criminosos e resolver problemas que surgem. No entanto, Plastic Man também enfrenta desafios pessoais, equilibrando sua vida de super-herói com suas tentativas de redenção por seu passado como vigarista.

Com uma mistura perfeita de ação, comédia e aventura, "Plastic Man" cativou o público infantil e adolescente com seu estilo de poderes muito sui géneris. Além do protagonista Pat O'Brian, outros personagens importantes na série incluem sua parceira de combate ao crime, a bonitona Penny, com quem viria a casar e ter um filho, o Baby Plas (figura que chegou a ter uma série própria)  e o fiel amigo e parceiro de confiança, o polinésio Hula-Hula, num estereotipo de gorducho e trapalhão.

Plastic Man, para além da banda desenhada que lhe deu origem, teve várias outras versões de animação para além da aqui trazida à memória.

11/05/2023

Cimento Tejo e outros cimentos

 


Cartaz publicitário de 1945


Cartaz publicitário de 1934


O cimento moderno que usamos atualmente é resultado de um longo processo de desenvolvimento e aprimoramento que teve início na Inglaterra do século XIX. Embora a história do uso de materiais de ligação na construção remonte a milhares de anos, foi somente na era industrial que se tornou possível produzir cimento em grande escala e de forma consistente.

O cimento Portland, que é o tipo de cimento mais comum utilizado na construção atualmente, foi desenvolvido na Inglaterra em 1824 e patenteado em 1830  pelo químico Joseph Aspdin. Ele criou um cimento que se assemelhava em cor e textura à pedra calcária encontrada na região de Portland, o que acabou dando origem ao nome do produto.

O cimento Portland é produzido pela combinação e proporções precisas de calcário, argila, sílica e em menores proporções ferro e aluminio, que são moídas e misturadas em um forno rotativo a altas temperaturas, geralmente acima de 1.400°C. O resultado é um material altamente resistente e durável, que pode ser misturado com outros materiais para produzir concreto, argamassa e outros produtos utilizados na construção civil.

A produção de cimento se expandiu rapidamente ao longo do século XIX e XX, impulsionada pelo aumento da demanda por materiais de construção e pelo desenvolvimento de novas tecnologias. Hoje, o cimento é produzido em todo o mundo e é um dos materiais mais utilizados na construção civil.

Relativamente à indústria do cimento em Portugal a primeira fábrica a ser construída de raiz foi a Fábrica Cimento Tejo (1890-1894), hoje a fábrica de Alhandra da Cimpor. Esta unidade tem mais de um século e está localizada a 25 km a norte de Lisboa, na vila de Alhandra, na margem direita do rio Tejo. Tem boas vias de comunicação rodoviária, ferroviária e marítima.

Para além da Cimpor, a Secil (fundada em 1904 e criaçºão da marca em 1925) que veio a integrar o cimento Liz da Empresa de Cimentos de Leiria (fundada em 1923), é uma das principais empresas produtoras de cimento em Portugal, fundada em 1930. Com uma produção anual na ordem de 4 milhões de toneladas de cimento, assegura mais de 35% das necessidades de cimento em Portugal.

Embora o núcleo central da sua actividade seja a produção de cimento, a Secil integra um conjunto de cerca de 40 empresas – O Universo Secil – que opera em áreas complementares como a produção de betão, pre-fabricados com ele feitos, cal hidráulica, rebocos, revestimentos, fibrocimentos, etc., ou ainda a exploração de pedreiras.

A Secil assegura a produção de cerca de 4 milhões de toneladas de cimento por ano, destinadas principalmente ao mercado português, através das suas fábricas Secil-Outão, Maceira-Liz e Cibra-Pataias.


História [fonte: Cimpor]

Por alvará de 24 de maio de 1894, foi dada concessão de patente à Companhia Cimento Tejo, que produzia à data 6 mil toneladas de cimento por ano, num forno horizontal Hoffmann. A sua instalação teve como objetivo atender as necessidades do mercado e garantir a independência de Portugal no setor cimenteiro.

Os primeiros fornos rotativos da Companhia Cimento Tejo foram objeto de um plano fabril iniciado em 1926, mas apenas concretizado na década de trinta. Em 1931 entrou em laboração o primeiro forno rotativo e 3 anos mais tarde o segundo, ambos a funcionar pelo processo de via húmida.

Durante a segunda guerra mundial, a conjuntura internacional obrigou Portugal a ter que providenciar o fabrico de ferro, ao qual correspondeu a Companhia de Cimento Tejo, nesta sua nova fase fabril.  Em 1940 arrancou o forno 3, que fabricava clinquer, com a produção simultânea de gusa, pelo processo Basset. A produção de ferro manteve-se até 1945.Em 1950 e 1959 começaram a funcionar os fornos 4 e 5. Este ultimo, com a capacidade de produção superior a meio milhão de toneladas por ano, era à data, o maior forno do mundo.

Com a entrada em funcionamento do forno 6, em 1977, deu-se inicio à produção pelo processo de via seca. A modificação do forno 5 para via seca, dando origem ao forno 7 que arrancou em 1985, completou a reconversão do processo de fabrico.