Ontem fui à praia. Esposa e filhos acompanharam e durante toda a tarde houve tempo para tudo: Apanhar sol, talvez até em demasia, mergulhar, lanchar e, claro, brincar. Vendo o meu filho a brincar com a areia, foi sobretudo um momento de voltar atrás no tempo, aos meus tempos de criança e recordar também as minhas brincadeiras na praia. Bem vistas, as coisas nesse aspecto até nem mudaram muito. Talvez mais brinquedos, e mais sofisticados, de resto a mesma alegria, imaginação e empenho, muito empenho na construção dos míticos castelos de areia, grutas, covas e outras coisas mais ou menos parecidas, sempre com a areia, seca e molhada, os godos ou seixos e as conchas.
Os brinquedos da praia, o balde, de plástico e até de chapa, e a sua inseparável companheira, a pá. Não era necessário mais nada para se construir um mundo, um castelo. Estes dois objectos estão profundamente ligados à memória de milhares de portugueses porque lhes passaram pelas mãos, numa qualquer praia da extensa costa deste nosso Portugal.
É pois, com saudade, que recordo aqui, em meu nome e em nome de muitos portugueses, esses simples mas inestimáveis brinquedos, o balde e a pá, sempre incansáveis a construir castelos de areia, com fosso, ameias, torres e torreões.
Claro que no meu tempo de criança, a ida à praia era mesmo mágica e especial, porque era rara; uma ou duas vezes em todo o ano, em todo o Verão. Vivendo a cerca de 20 Km da mesma, e com a família numerosa, e com parcos recursos, a oportunidade era quando o meu avõ materno, e padrinho, alugava a clássica carrinha "pão-de-forma" da Wokswagen e lá ía a família toda a banhos para Espinho (hoje muito diferente) ou para o Furadouro.
Momentos deliciosos, complementados com uma sande de compota caseira, feita de amoras, e gelados de gelo, com sabor a laranja, da Neveiros, da Rajá ou da Olá.
Momentos inolvidáveis, que se perderam no tempo, como se perderam dezenas e dezenas de metros do extenso areal onde então brincava, com os meus irmãos. Perderam-se também os rudimentares castelos de areia limpa e dourada, que resistiram às investidas inventadas dos sarracenos mas que foram abalroados pelas doces ondas de um final de tarde de um qualquer longínquo Verão. Tudo isso se perdeu, é certo, mas tudo isso continua vivo nas minhas e nossas memórias. E recordar é viver.
(imagem a seguir, de autoria de Maria Keil, extraída do meu livro de leitura da primeira classe; imagens seguintes, desenhadas por mim para ilustrar o post.)
trabalho excelente.
ResponderEliminarmb
Em primeiro lugar, Parabéns pelo excelente blog. Tem sido uma fonte de memórias e recordações dos meus tempos de criança.
ResponderEliminarRelativamente a este post... eu mencionaria ainda mais duas brincadeiras habituais de praia : o prego e as corridas de sameirinha em pistas construídas por nós mesmos...
Quanto ao resto: continue o bom trabalho!
Obrigado.
Excelente conteúdo.
ResponderEliminarIdeal para brincadeiras na praia.
Almanaque de Brincadeiras da Praia
http://brincadeirasderua.zip.net