Bandeira de Portugal

bandeira de portugal trindade coelho

A Bandeira de Portugal, seu significado e simbolismo, bem como uma forte marca do conceito de Pátria,  é um dos temas recorrentes nos antigos livros escolares, nomeadamente do tempo do Estado Novo.
A bandeira tem um significado republicano e nacionalista. A comissão encarregada da sua criação explica a inclusão do verde por ser a cor da esperança e por estar ligada à revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891. Segundo a mesma comissão, o vermelho é a cor combativa, quente, viril, por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente, alegre (...). Lembra o sangue e incita à vitória. Durante o Estado Novo, foi difundida a ideia de que o verde representava as florestas de Portugal e de que o vermelho representava o sangue dos que tinham morrido pela independência da Nação. As cores da bandeira podem, contudo, ser interpretadas de maneiras diferentes, ao gosto de cada um. (fonte: wikipedia)
"...As cores da bandeira podem, contudo, ser interpretadas de maneiras diferentes, ao gosto de cada um". Bonitas palavras!
Esta é uma verdade indesmentível. Efectivamente, à custa de um quase extermínio do conceito de Pátria  tal e qual era fundamentado pelo Ensino no Estado Novo, hoje em dia somos tudo menos patriotas. Poderia ser uma alternativa, mas até o nacionalismo deixou de ser politicamente correcto e compreende-se perante uma realidade de um país que de há muito deixou de ser independente face ao contexto da União Europeia. Faz mais sentido o federalismo ou até o globalismo.

Por isso, Pátria e Nacionalismo são palavras malditas e tudo o que delas se possa fundamentar como génese de uma ideologia. Não têm lugar nos novos ensinamentos, nos novos manuais. O lápis da censura ainda risca, passados que estão quase 40 anos após a revolução.

Neste contexto, a Bandeira de Portugal tornou-se num mero objecto decorativo, sem qualquer valor intrínseco. É ainda utilizada como elemento clubístico, no âmbito das selecções nacionais em competições estrangeiras, sobretudo no futebol, convivendo com bebedeiras de vitórias ou ressacas de derrotas. A sua sobrevivência  é assim um pouco devida ao futebol, esse desporto de muita paixão e pouca razão.

Ainda me recordo do meu Juramento de Bandeira, ainda no tempo do serviço militar obrigatório. Então, como noutros tempos, o dever, mais do que um voluntarismo do corpo e da alma, era uma obrigação, mas, apesar de tudo, sentida. Hoje já nem isso. Ainda por estes dias vi na televisão uma cerimónia de Juramento de Bandeira. Muito comoventes as juras de defesa até à morte, de soldados (homens e mulheres) bem assalariados e que enveredam pelas actividades castrenses à falta de emprego fora dos quartéis, porque os tempos são de crise e o país (sai daqui Pátria!) está atolado num lamaçal de governantes e políticos que de competência só têm o interesseiro zelo pelas suas proprias vidinhas fartas.

Presume-se, pois, que o amor a esta coisa parecida com um país, que não Pátria, tem um preço e se este for pago em notas, tanto melhor, pois o sangue, suor e lágrimas pertencem a outros tempos, a um passado que se quer esquecer e amaldiçoar; tempos sangrentos de espadadas em Aljubarrota ou Valverde ou até mesmo de rajadas de metralhadora na Guiné, Angola ou Moçambique.

Outros tempos, outras vontades e realidades. Umas para melhor, outras nem por isso.

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