Está a passar na RTP Memória a fantástica série de TV “Uma família às direitas”, no original “All in the Family”.
A série, norte-americana, foi exibida na CBS entre Janeiro de 1971 e Abril de 1979, ao longo de 9 temporadas, com um total de 209 episódios com cerca de meia hora cada, sempre com um êxito assinalável e nos tops de audiências, sendo distinguida com vários prémios assim como os seus intervenientes.
A série centra-se em histórias passadas no seio de uma típica família da classe média operária dos Estados Unidos, nos anos 70, num bairro da periferia de Nova Iorque.
A série vive do humor fantástico resultante das acesas discussões de Archie Bunker (Carroll O'Connor), chefe da família, com o seu genro, Michael Stivic (Rob Reiner).
A casmurrice preconceituosa e conservadora de Archie, esbarra constantemente no pensamento e atitudes liberais de Michael, filho de emigrantes polacos. Acabam sempre por discutir conceitos e preconceitos passando pela política e problemas sociais.
Pelo meio, a incomparável Edith Bunker (Jean Stapleton), a esposa de Archie, um alvo constante do humor corrosivo de Archie mas com um poder de razoabilidade que serve de equilíbrio naquele lar americano. Digamos que de uma forma quase inocente, por vezes patética, Edith consegue ser a única que tapa a boca a Archie, embora seja este que constantemente recomenda a Edith que o faça.
Quanto a Gloria Stivic (Sally Struthers), a filha única do casal Bunker, habitualmente fica no meio de todas as discussões tentando ser a medianeira entre o marido e o pai.
Esta série, no seu humor característico, por vezes demasiado contundente, acaba por abordar assuntos sociais muito importantes e que nessa época quase não eram debatidos na televisão, como o racismo, xenofobia, homossexualidade, drogas, etc.
Em Portugal, a série passou também nos anos 70 pelo que me recordo de a ver ainda a preto-e-branco. Agora na RTP Memória, por volta das 21:00 horas, a série tem passado a cores e estou a gostar de rever.
Archie e Edith
Gloria e Michael
Todos em família
Genérico de abertura da série.
"As direitas"......¿Tiene significación política?
ResponderEliminarFilomeno:
ResponderEliminar"Às direitas", significa ser muito certinha, muito correcta, bem comportada. Claro que esta classificação, relativamente à série, tem alguma ironia. Penso que teria sido preferível que a série entre nós, cá em Portugal, respeitasse a tradução, neste caso seria "Tudo em família" e creio que dessa forma seria melhor.
Lembro-me dessa série, de ver quando era pequena. Já vi a cores, numa das enésimas repetições da televisão portuguesa.
ResponderEliminarPenso que a tradução do nome "Às direitas" tem uma certa ironia, porque o patriarca da família era muito conservador, xenófobo e racista (veja-se a relação com o genro e com os vizinhos negros), ou seja, um homem que se poderia conotar com a ideologia de direita.
Não sei se o tradutor fez bem em traduzir o título deste modo sem respeitar a ideia original, mas foi uma escolha válida.