Numa época em que não abundavam as publicações de conteúdo erótico ou pornográfico, ou, existindo, com um acesso algo clandestino, dificultado e reservado, em Portugal, principalmente depois do 25 de Abril de 1974, foram surgindo algumas revistas num formato baseado no humor mais ousado, recorrendo normalmente a fotografias de beldades com as maminhas a descoberto ou com cartoons humorísticos, quase sempre de produção estrangeira. O slogan: “Uma explosão mensal de humorismo internacional”.
Uma dessas revistas, de que bem me lembro e que guardo alguns exemplares, era a Bomba H, em formato de bolso, propriedade de Mário Assunção e José Martins Ramos, com Mário Assunção a director e António Gomes de Almeida a chefe-de-redacção.
A Bomba H tinha publicação mensal, com tiragens entre os 5000/10000 exemplares, e terminou em 1978, ao fim de 176 números.
Esta revista misturava numa “salada” de erotismo soft os bonecos dos cartoons, com pequenos textos e fotografias, tudo a preto-e-branco, excepto a capa e contra-capa que eram a cores.
Não surpreende assim que a Bomba H fizesse parte dos aliciantes dos adolescentes, que, claro está, a mantinham afastada dos olhares dos pais.
Hoje em dia, esta constatação não deixa de nos fazer sorrir pela leveza dos conteúdos face a revistas generalistas e ao alcance de qualquer criança, como as populares Maria, Ana, TV 7 Dias e outras mais, onde alguns conteúdos frequentemente roçam a alarvidade e a pornografia.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários estão sujeitos à prévia aprovação por parte do autor do blog.