O Mosquito

Mosquito 3

No dia 14 de Janeiro de 2010, portanto na última sexta-feira, passaram 75 anos sobre a publicação do 1º número de O MOSQUITO, jornal de banda desenhada fundado  por António Cardoso Lopes e Raúl Correia, dirigido ao público infanto-juvenil. A publicação depressa se tornou um caso sério de popularidade e para isso em muito contribuiu o baixo preço praticado (50 centavos), comparativamente a publicações semelhantes existentes à época (Mickey - 1$50, Senhor Doutor - 1$50, Tic-Tac - 1$00 e O Papagaio - 1$00).

Arrancou assim em 14 de Janeiro de 1936, com uma tiragem de 5000 exemplares. O jornal, com o slogan “O semanário da rapaziada”, era distribuído pelo Diário de Notícias o que também explica a propagação. Devido ao sucesso imediato, ao 6º número a tiragem foi aumentada para o dobro (10000 ex.) e em pouco tempo (Dezembro de 1942) a periodicidade passou de semanal  para bi-semanal, atingindo tiragens de 30000 exemplares (60000 por semana). Das 8 páginas iniciais chegou às 16. No período de maior expansão, a publicação tinha muitas assinaturas as quais correspondiam a cerca de 15% das vendas.

O Mosquito publicava banda desenhada dos bons autores portugueses, mas sobretudo de origem inglesa já que esta era mais acessível em termos de custos e direitos do que a americana.

A publicação durou 17 anos a que corresponderam 1412 números, para além de suplementos como A Formiga, dirigida às raparigas, Almanaque e outras, tendo o seu desfecho a 24 de Fevereiro de 1953, numa altura em que vinha perdendo mercado para outras populares edições, nomeadamente O Cavaleiro Andante, iniciada em 1952, outro ícone da banda desenhada em Portugal.  Apesar disso, a quebra de rendimento já vinha a ocorrer desde o final dos anos 40, em grande parte devido à ampla introdução no mercado de revistas  de BD provenientes do Brasil. As tiragens começaram a caír e a publicação encerrou com números à volta de 7000 exemplares.

 
Depois disso, já nos anos 60 e 70, houve algumas tentativas, dando origem às 2ª, 3ª e 4ª séries, com poucos números publicados, mas os tempos e o mercado já não eram os mesmos e a coisa não teve continuidade.

Nos anos 70, ainda à volta do título e da popularidade, o jornal O Cuto editou uma série de compilações com a designação Enciclopédia O Mosquito, que deu lugar a 10 números. Nos anos 80, em jeito de homenagem a alguns dos emblemáticos desenhadores da publicação, como E.T. Coelho, Jesus Blasco e Jayme Cortez, surgiu o Almanaque O Mosquito, que teve várias edições anuais.


Finalmente, nos anos 80 (1º número em Abril de 1984) apareceu em formato revista, de propriedade de Carlos & Reis, L.da e dirigida por José Chaves Ferreira, designada de 5ª série, que deu lugar a 12 números.
Por tudo isso, O Mosquito é um dos nomes incontornáveis das publicações de banda desenhada em Portugal fazendo justamente parte da sua História e marcou de forma indelével várias gerações de portugueses.

Mosquito 2.0

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