-Cartaz ao curso de guitarra, publicado em meados dos anos 70.
Ambas as empresas, a par de outras como a CEC - Álvaro Torrão, o CIT – Centro de Instrução Técnica, esta com mais de 50 anos de actividade, e ainda a CETOP - Centro de Ensino Técnico e Profissional à Distância, tiveram um grande desenvolvimento sobretudo nos anos 70 e 80, explorando nessas épocas uma nítida falta de oferta e sobretudo de acessibilidade à formação superior e técnica.
Sem questionar a qualidade dos cursos e seus métodos de ensino e respectivos resultados na qualidade e quantidade de pessoas formadas, até porque creio que não lhes era reconhecida qualquer certificação ou equivalência com os cursos oficiais do ensino público, a verdade é que em grande parte os mesmos funcionavam a partir de uma forte estratégia de marketing e publicidade. Com frequência as revistas da época traziam publicidade de várias empresas.
Desfolhando uma popular revista datada de Março de 1984 verifico que na mesma edição estão publicados 4 anúncios (CCC, CETOP, CIT e CEC – Álvaro Torrão). Ambas ofereciam um amplo leque de opções desde os clássicos cursos de línguas até a formação em culinária, corte-e-costura, secretariado, electricidade, fotografia, electrónica, informática, desenho e pintura, etc, etc. Da CCC até fazia parte no seu rol, o emblemático curso de guitarra clássica, que entusiasmado subscrevi no princípio dos anos 80; Obviamente sem resultados, mas aliciado pela “generosa” oferta de uma guitarra (sim, grátis), mas que na realidade não passava de um reles instrumento, pouco maior que um cavaquinho, sem qualquer qualidade, muito abaixo do que hoje designamos por chinesice. Ainda o tenho arrumado no sótão, mais empenado que uma cavaca das Caldas.
Desfolhando uma popular revista datada de Março de 1984 verifico que na mesma edição estão publicados 4 anúncios (CCC, CETOP, CIT e CEC – Álvaro Torrão). Ambas ofereciam um amplo leque de opções desde os clássicos cursos de línguas até a formação em culinária, corte-e-costura, secretariado, electricidade, fotografia, electrónica, informática, desenho e pintura, etc, etc. Da CCC até fazia parte no seu rol, o emblemático curso de guitarra clássica, que entusiasmado subscrevi no princípio dos anos 80; Obviamente sem resultados, mas aliciado pela “generosa” oferta de uma guitarra (sim, grátis), mas que na realidade não passava de um reles instrumento, pouco maior que um cavaquinho, sem qualquer qualidade, muito abaixo do que hoje designamos por chinesice. Ainda o tenho arrumado no sótão, mais empenado que uma cavaca das Caldas.
Curiosamente, na mesma CCC, passados mais de trinta anos ainda subsiste o curso e a mesma “generosa” oferta de uma guitarra. Esperemos que seja um pouco melhor que a que recebi. É claro que perante a desilusão da qualidade da guitarra e da pouca qualidade do curso, difícil porque sem o acompanhamento presencial de um professor, acabei por desistir pelo que tive que devolver os poucos livros de apoio que havia recebido.
No fundo, nessa época os cursos por correspondência eram uma quase pura ilusão de mudança do nosso futuro, prometendo o êxito e independência profissionais, uma garantia reforçada pelo monte de panfletos de propaganda que se recebia a pedido de informações grátis e sem compromisso. Mais pela curiosidade, acabei por pedir informações de uma carrada de cursos pelo que acumulei uma boa quantidade de papelada.
Talvez pela sua natureza de forte propaganda, ainda hoje os cursos por correspondência, agora ditos à distância ou e-learning, se calhar já sem motivo para tal, são vistos como algo a merecer desconfiança. Porventura, com as potencialidades das novas e actuais tecnologias de informação e comunicação, acredito que estes cursos terão uma qualidade adicional porque é possibilitado um acompanhamento técnico mais directo, mas nas décadas de 70 e 80 certamente que terão sido mais as parras do que as uvas. Seja como for, os cursos por correspondência, e sobretudo pela propaganda e publicidade que produziram fazem ainda parte das nossas memórias fortemente ligadas a essas épocas.
- Cartaz do CCC – Anos 80
- Cartaz do CETOP
- Cartaz dos cursos AFHA do CIT. Anos 70.
- Cartaz do CIT – Anos 80
- Cartaz do CEC – Álvaro Torrão – Anos 80
olá caríssimos e queridos companheiros desse blog , gostaria de estabelecer um paralelo entre o que se chama hoje de "EAD" , ou seja "uma versão luxuosa " dos antigos cursos por correspondência , intercedendo ao mesmo tempo nesse sistema antigo e metodológico por correspondência.....Engraçado , apenas plagearam essa antiga modalidade que na realidade não tem diferença quase nenhuma , salvo por meios do uso de sistemas virtuais....Na minha opinião os antigos por correspondências eram e o são muito mais sérios do que muitos de sistema " EAD "....
ResponderEliminarCONCORDO EM GRAU NÚMERO E GENERO....HOJE AS COISAS ESTÃO MUITO MAIS FÁCEIS EM VIRTUDE DOS MEIOS VIRTUAIS , PORÉM TEMOS QUE TOMAR MUITO CUIDADO COM OS EAD . OS DE CORRESPONDÊNCIA ERAM INFINITAMENTE MAIS SEGUROS DO QUE OS "EAD"
EliminarEu gostaria de saber se essas escolas ainda existem mesmo.
ResponderEliminarlobo
ResponderEliminarQuanto eu sei o CEC já morreu, mas o CIT e o CEAC ainda duram. .
Quanto à qualidade dos cursos por correspondência, (pelo menos os de eletrónica), quer do CEC quer do CIT, eram superiores, não só aos EADs, mas até aos presenciais (onde os professores se preocupam mais em mostrar que sabem, do que transmitir o que sabem).
Fala-vos quem tirou um curso de Eletrónica, Rádio e Televisão, presencial , e tive que recorrer ao material (que inda possuo, intacto) das duas escolas (CEC e CIT) e que ainda hoje recorro, portanto, muito cuidado quanto ás criticas dos cursos por correspondência daqueles tempos.
O insucesso de muitos alunos, ficou a dever-se à falta de aplicação e esperar por milagres.
Façam o favor de tirar o chapéu a estas duas escolas,
Na verdade direi, mesmo não sendo frequentador do curso de radio do CIT, consegui com peças de um aluno que não quiz seguir as lições, montar um emissor a quem chamei, rádio Pirescoxe, foi pouco depois do 25 de Abril.....e mais não digo
EliminarEstou plenamente de acordo, quem se empenhasse e leva-se o curso a sério aprendia mais do que em muitas escolas.Foi o meu caso.
ResponderEliminarSaudades...
ResponderEliminarE... existia a Eurorádio onde tirei um Curso de Rádio e TV da Philips e com "oferta" de vário equipamento de testes e diagnóstico, esta escola situava-se na Rua Manuel da Maia em Lisboa
EliminarA Eurorádio era a CCC
EliminarEu "tirei" dois cursos: um no CEC (Inglês) outro no CETOP (Administrativos)e posso garantir que os dois foram úteis na altura. Aliás, a documentação técnica deste último serviu por muitos e muitos anos para tirar dúvidas...
EliminarGostava muito,ainda hoje, de conseguir o exemplo sunoro (6 discos de vinil ou, em duas cassetes) do curso de guitarra clássica Eurorádio/CCC. PS: pago bem. Contacto :TL.253111553
ResponderEliminarEu tirei um curso de Eletronica na Ocidental School inicio dos anos 80(esqueceram-se desse era Americano traduzido para o Português do Brasil) dediquei-me comecei a fazer reparações e mais tarde abri uma loja de electrodomesticos que funcionou quase 30 anos só a dois anos a fechei pela mesma razão dos outros a concorrência das grandes superficies.
ResponderEliminarFiz o curso de eletronica no final da decada de 70.
ResponderEliminarQuem se aplicasse podia assim complementar o pouco que se aprendia no ensino unificado das ex-escolas industriais.
A oferta no interior era nula. A soluçao foi "por correspondencia".
Decadas antes ate se casava por essa via ;)
Obviamente o diploma para mais nao servia do que satisfaçao pessoal.
Os conhecimentos serviram de base para a restante formaçao ao longo de uma carreira de mais de 30 anos