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"E o resto são cantigas"

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Em 1981 a RTP exibiu a série de entretenimento "E o resto são cantigas", com apresentação de Raúl Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz, o trio que anos antes, em 1969, apresentou o "Zip-Zip", um  dos mais populares e emblemáticos programas dos primórdios da televisão portuguesa. Teve realização de Oliveira e Costa e Pedro Martins e direcção e arranjos musicais de Jorge Machado. "E o resto são cantigas" teve doze episódios, gravados no Teatro Maria Matos, em Lisboa, dedicados a grandes autores, compositores e maestros dos tempos dourados da música ligeira portuguesa.  Eram entrevistadas pessoas ligadas às figuras em destaque, nomeadamente familiares, e pelo meio eram interpretadas em cenário e registo de revista muitas das mais populares cantigas de autoria dos homenageados, na voz de figuras convidadas, como Amália Rodrigues, José Viana, Simone de Oliveira, Rosa do Canto, Carlos do Carmo, Maria da Fé, Herman José e muitas outras. O própri

Arlindo de Carvalho – Cantigas populares

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  Quem não se recorda de cantigas tão populares como “ Ó Manel da Rola ”, “ Chapéu Preto ”, “ Fadinho Serrano ” e muitas outras que nos fazem recuar até aos anos 50, 60 e 70? Estas que referi têm a mão, na música ou na letra, ou em ambas, de Arlindo Duarte de Carvalho, um profícuo compositor e autor de muitas músicas ou cantigas de cariz popular, com temas de destaque para a sua Beira Baixa (nasceu na Soalheira – Fundão). Ao longo dos tempos as suas músicas e cantigas, com fortes raízes populares, têm sido cantadas por intérpretes de prestígio nacional, como Amália Rodrigues, Luis Piçarra, Gina Maria, Corina, António Mourão, Tristão da Silva, Madalena Iglésias (no Fadinho Serrano), Maria de Lurdes Resende, Lenita gentil, Alexandra, António Pinto Basto e muitos outros. [ Biografia de Arlindo de Carvalho ] Chapéu preto Letra:    Arlindo de Carvalho Música:   Arlindo de Carvalho  A azeitona já está preta, a azeitona já está preta, Já se pode armar aos

Bilú Tetéia – Márcio Ivens

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  Quem se recorda desta pérola musical dos anos 70, “Bilú Tetéia” cantada por Márcio Ivens ? Independentemente da qualidade da música e da respectiva letra, hoje certamente analisada com outro olhar crítico,  a verdade é que na época o raio da música andava na boca de toda a gente que a cantarolava nos mais diversos sítios e ocasiões. Ainda hoje, para quem viveu esses tempos, pode surpreender-se com a coisa. Fica a memória…e a letra: Quando eu era criança mamãe dizia Bilu Bilu Bilu, Bilu Tetéia Pegava eu no colo, mostrava pra vizinha Bilu Bilu Bilu, Biluzinho Tetéia Que me segurava, dizia que gracinha... Bilu Bilu Bilu, Bilu Tetéia O tempo foi passando e eu fui crescendo Bilu Bilu Bilu, Bilu Tetéia E de fazer Bilu, mamãe foi se esquecendo Bilu Bilu Bilu, Bilu Tetéia Agora eu estou grande, estou é barbadinho não encontro mais ninguém pra me fazer um Biluzinho Bilu Bilu Bilu, Bilu Tetéia Bilu Bilu Bi

Torneró – I Santo Califórnia

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  Hoje veio-me à memória uma das inesquecíveis baladas italianas, exactamente "Torneró", dos " I Santo Califórnia ", um grupo italiano formado em meados dos anos 70, composto por Pietro Barbella (vozes e teclado), Gianni Galizia (guitarra), Donato Farina (bateria), Domenico Ajello (baixo) e Massimo Caso (guitarra). "Torneró" (Voltarei), foi de facto o seu maior êxito e extravasou a Itália para se tornar popular em todo o mundo com um registo superior a 10 milhões de cópias vendidas. Os “I Santo Califórnia”  participaram em 1977 no clássico festival musical "San Remo" com o tema " Mónica " que se classificou em 3º lugar. Com o tempo o grupo foi perdendo notoriedade mas em função de "Torneró" fará sempre parte das boas recordações dos temas românticos italianos dos anos 70. Continua assim a ser escutado com agrado, principalmente naqueles momentos mais melancólicos. Para além da música, a letra também se “põe a j

Joselito – A voz de rouxinol

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 Em finais dos anos 60 e também pelos anos 70 fora, aos Domingos à tarde a RTP brindava-nos com a exibição de muitos e bons filmes, nomeadamente os incluídos na popular rubrica "Tarde de Cinema". Foram tantos e tantos que é impossível elencar os mesmos, mas, com os meus gostos de criança, preferia sobretudo os filmes recheados de aventura e emoção, incluindo o clássico Tarzan e uma variante, o Bomba, designado de filho de Tarzan, bem como umas boas e valentes cowboyadas e até filmes de capa-e-espada, como Os Três Mosqueteiros, Zorro, Robin Hood, filmes de corsários e piratas e outros mais. Entre esta miríade de aventuras, por vezes lá vinham os clássicos filmes portugueses, com os inesquecíveis António Silva , Vasco Santana , Ribeirinho e Beatriz Costa , os filmes humorísticos, com Charlot , os irmãos Marx ,  Cantiflas , e também filmes marcadamente musicais, com o popular Gianni Morandi , Elvis Presley , Cliff Richards,  The Beatles e outros. Destes outros, porque re

Patrick Hernandez – Born to be alive

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  Estávamos no final da década de 70 e a chamada disco music estava mais ou menos no seu apogeu, muito à custa da populariadde de filmes como "Saturday Night Fever", de 1977, com John Travolta e a banda sonora dos famos Bee Gee. No meio deste reboliço musical, surgiu um francês chamado Patrick Hernandez que fez sucesso em 1979 com o tema “Born to be alive”. O sucesso estendia-se desde a venda do disco até à sua passagem constante na rádio, na televisão e nas discotecas. É certo que Patrick Hernandez ainda teve um tema que também vendeu bem, “Loosing sleep over you”, até porque no Brasil fez parte da banda sonora de uma popular telenovela, “Baila Comigo”, mas praticamente desapareceu a partir de meados de 80. Todavia, a partir daí, e ainda quase até aos nossos dias, continuou a ser solicitado para cantar esse seu grande êxito. Deste modo, Patrick Hernandez é sinónimo de “Born to be alive”. Pessoalmente este tema traz-me fortes memórias do meu tempo de adolescente, e o

MINI POP – My Holyday Girl – Menina de Luto

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  No início dos anos 70, o conjunto MINI POP obteve um relativo êxito no nosso panorama musical, principalmente junto das crianças e adolescentes. Esta banda, que surgiu em 1969 na cidade do Porto, era formada por quatro crianças, com idades entre os 8 e 12 anos, os irmãos Mário, Eugénio e Pedro Barreiros, filhos de Mário Barreiros que era o manager do grupo e ainda  Abílio Queiróz. Estas crianças que foram crescendo, tornando-se adolescentes, seguiam a linha da moda musical de então, exibindo roupas extravagantes e cabelos compridos à ”Beatles”. Cantavam em português e em inglês. O primeiro êxito do grupo foi uma versão da conhecida musica popular “Era uma casa muito engraçada”. Os MINI POP tornaram-se mais populares depois da sua participação no Festival RTP da Canção, onde interpretaram a canção "Menina de Luto" com a qual obtiveram um sétimo lugar. Contudo, já antes, em 1971, participaram no Festival de Vilar de Mouros. Durante a sua carreira, para além de um

Blondie – Heart of Glass - Atomic

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  Em 1980, os teenagers de então, onde me incluía, não tinham os actuais leitores de MP3 nem telemóveis artilhados com as modernas tecnologias, mas tinham leitores de cassetes e os famosos walkmans , da Sony. Por isso, mesmo sem memórias internas ou pen-drives, usavam as clássicas cassetes de fita magnética, nomeadamente as produzidas pela BASF e TDK , entre outras. Era frequente irem às lojas de discos onde era possível escolher os temas para as suas compilações. Nesse ano, uma das músicas quase obrigatórias era o single Atomic, do grupo “ Blondie ”, extraído do álbum “Eat to the Beat”, de 1979. Este tema, um dos mais conhecidos desta banda norte-americana de características New Wave/Punk Rock, foi um êxito mundial logo após o seu lançamento e em Outubro, chegou ao número 1 do top de vendas no Reino Unido e Estados Unidos (no  Billboard's Hot Dance Club Play Chart, chegando ainda a lugares cimeiros em muitos outros países, não só da Europa como na Austrália e Nova Zelândia

Procol Harum - A whiter shade of pale

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  Pronto. Chamem-me o que quiserem, mas para mim o tema "A whiter shade of pale", da banda inglesa " Procol Harum ", é uma das melhores músicas de sempre. Pelo menos está seguramente entre o Top Ten da minha lista pessoal. Para além deste emblemático tema, a banda, classificada como de rock progressivo, tem muitos outros, igualmente de forte sonoridade, pelo que estão sempre presentes no meu leitor MP3. Esta ligação aos Procol Harum e ao "A whiter shade of pale",  não é, obviamente, de agora. Já vem do início dos meados dos anos 70, era eu pouco mais do que uma criança. Posso até dizer que a minha paixão pelos Procol Harum é ainda anterior aos The Beatles, outra das minhas paixões musicais. Digamos que foi paixão à primeira audição, mesmo que num dos pequenos rádios (transistores) a pilhas, daqueles que tinham uma interminável antena, imensamente maior do que o pequeno rádio do tamnho de um sabonete. Resta acrescentar que "A whiter sha

Ritchie - Menina Veneno

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  Estávamos no ano de 1983 quando foi lançada a música "Menina Veneno", interpretada pelo inglês (Richard David Court) radicado no Brasil, de nome artístico Ritchie .    A música pegou de estaca e depressa se tornou num êxito tanto no Brasil quanto cá em Portugal. No Brasil, nesse ano, foi o tema que mais passou na rádio. Por cá não deve ter andado longe do pódio.    Recordo muito bem esse tempo e o tema a passar em tudo quanto era rádio. Nas discotecas da altura era tema obrigatório e em alguns dos meus namoricos da época estão associados à "Menina Veneno". Como não podia deixar de ser, mandei gravar a faixa numa cassete das melhores, a BASF Chrome Extra II 9. Ainda deve andar por alguma das velhas gavetas. Durante algum tempo, "Menina Veneno"  foi um tema que frequentemente interpretava com o meu violão. "Menina Veneno" foi escrita em parceria com Bernardo Vilhena e fazia parte do álbum "Voo do Coração", com a etiqueta

Nazareth - Love Hurts

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  "Love Hurts", no YouTube   Hoje quero trazer à memória uma canção que integra o portfólio das minhas recordações musicais dos idos anos de 70. Trata-se de "Love Hurts", dos NAZARETH , uma banda rock escocesa. Poder-se-ía pensar que daquelas terras altas das ilhas Britânicas apenas existissem tocadores de gaitas de foles, trajados com as tradicionais saias, as "kilts", mas não; também saíu bom rock. Creio que já falei nisso numa memória anterior, mas recordo a romaria da minha aldeia como uma fonte de memórias musicais pois nessa altura, antes uns dias da data da festa, era montada no arraial a aparelhagem sonora, com aqueles clássicos altifalantes, a que chamavam "bocas" ou "cornetas" (1). O dono da mesma aparelhagem trazia então uma carrada de caixas com carradas de discos de vinil, singles e LP,s. Era uma alegria quando ele permitia que déssemos uma desfolhadela ao conteúdo das caixas. Então, os Nazareth, com o

Earth & Fire - Weekend

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No final dos anos 70, mais concretamente em Outubro de 79, por isso à porta dos anos 80, o grupo de rock progressivo holandês "Earth & Fire" saltou para os tops e para a ribalta do sucesso com o tema "Weekend", um single do LP "Reality Fills Fantasy". Sinceramente, nunca acompanhei muito a carreira deste grupo, que teve o seu início em 1969 e terminou em 1983, com a vocalista, Jerney Kaagmam a lançar-se numa carreira a solo, mas entre dois ou três temas reti este "Weekend". A banda era particularmente reconhecida no seu país como na vizinhança, de modo especial na Alemanha e por aí gozava de assinalável notoriedade. No entanto, esta música em particular, o "Weekend", projectou a banda para a popularidade na restante Europa. O tema ficou no ouvido e durante meses passou com frequência na televisão e rádio. A RTP estava no início da era da cor (7 de Março de 1980) pelo que o vídeo-clip já o vi nessa altura a cores. Para al

Rei, capitão, soldado, ladrão...

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Hoje trago à memória uma lengalenga muito popular, mas que também me foi ensinada pela minha bisavó, à qual já aludi num anterior post . Esta lengalenga está relacionada com os botões de uma peça de vestuário, principalmente em vestidos, casacos ou camisas. Conforme a ilustração, a contagem era feita de baixo para cima. Quando os botões eram sete, e a lengalenga era dita completa, dizia-se que o dono da peça teria sorte  no amor. Um botão em falta pelo meio era pronúncio de má sorte ou azar no amor. Como não podia deixar de ser, é natural que esta lengalenga, dependendo da região, tenha variantes e sentidos diversos.

Cantilenas - Brincadeiras com os dedos

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Recordo-me de minha mãe ir para as lides do cultivo do campo e nessas ocasiões deixava-nos (a mim e a dois irmãos mais chegados) entregues aos cuidados da minha bisavó materna, a quem chamávamos mãe Guida. Esta dócil criatura, morreu há mais de vinte anos, e já contava com quase 100 anos. Apesar dos seus problemas de audição, era fantástica a contar histórias, lendas, rezas, e muitas outras coisas.  Algumas guardei, da maior parte perdi-as, no tempo e na memória. Ensinou-me esta brincadeira com os dedos da mão: Com a mão aberta e dedos separados, apontando com o indicador do mínimo para o polegar: - Este vái ao moliço, este vai à lenha, este vai aos ovos, este frita-os e este come-os. De facto, pensava eu com a minha ideia de criança de 5 ou 6 anos, residia ali o motivo do polegar ser o mais gordinho. De explicar que o moliço na minha região corresponde à folha do pinheiro bravo, nalgumas zonas conhecida por caruma. Ainda em relação aos dedos da mão, tinha outra

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