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Serões da aldeia - Histórias à lareira

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    Hoje em dia já não há serões à lareira nem o contar de histórias mágicas, lendas e narrativas dos mais velhos aos mais novos. As casas modernas são avessas a fumo, as lareiras são demasiado pequenas, muito decorativas e pouco funcionais e defronte não há lugar para uma roda onde caibam avós, filhos e netos. Os netos estão entretidos com a televisão, com o computador e consolas de jogos. Os avós, raramente coabitam com os filhos e netos. Quando muito vivem sozinhos ou relegados num qualquer lar de idosos. Noutros tempos, quando a electricidade ainda não chegava à maioria das aldeias, ou se chegava, não entrava em todas as habitações, as grandes lareiras eram frequentes nas casas, mesmo nas mais pobres e depois de acabados os trabalhos no campo, para ajudar a matar as longas noites de Inverno, aconteciam os serões, com os mais velhos, de modo especial os avós, a contarem aos netos coisas do seu tempo, histórias ligadas ao campo, aos animais, velhas narrativas e conto

Rei, capitão, soldado, ladrão...

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Hoje trago à memória uma lengalenga muito popular, mas que também me foi ensinada pela minha bisavó, à qual já aludi num anterior post . Esta lengalenga está relacionada com os botões de uma peça de vestuário, principalmente em vestidos, casacos ou camisas. Conforme a ilustração, a contagem era feita de baixo para cima. Quando os botões eram sete, e a lengalenga era dita completa, dizia-se que o dono da peça teria sorte  no amor. Um botão em falta pelo meio era pronúncio de má sorte ou azar no amor. Como não podia deixar de ser, é natural que esta lengalenga, dependendo da região, tenha variantes e sentidos diversos.

Cantilenas - Brincadeiras com os dedos

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Recordo-me de minha mãe ir para as lides do cultivo do campo e nessas ocasiões deixava-nos (a mim e a dois irmãos mais chegados) entregues aos cuidados da minha bisavó materna, a quem chamávamos mãe Guida. Esta dócil criatura, morreu há mais de vinte anos, e já contava com quase 100 anos. Apesar dos seus problemas de audição, era fantástica a contar histórias, lendas, rezas, e muitas outras coisas.  Algumas guardei, da maior parte perdi-as, no tempo e na memória. Ensinou-me esta brincadeira com os dedos da mão: Com a mão aberta e dedos separados, apontando com o indicador do mínimo para o polegar: - Este vái ao moliço, este vai à lenha, este vai aos ovos, este frita-os e este come-os. De facto, pensava eu com a minha ideia de criança de 5 ou 6 anos, residia ali o motivo do polegar ser o mais gordinho. De explicar que o moliço na minha região corresponde à folha do pinheiro bravo, nalgumas zonas conhecida por caruma. Ainda em relação aos dedos da mão, tinha outra

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