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Cantigas e cantadores ao desafio

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(Cunha de Vila Verde e Adília de Arouca) Sendo que, infelizmente, os cantares ou desgarradas ao desafio marcam cada vez menos presença nas festas e romarias da minha região (Beira Litoral), mas apenas de forma esporádica, tempos houve em que em quase todas faziam parte do cartaz musical com regularidade. Assim, pelo menos por cá, é notório que esta tradição de fortes raízes cultural e musical tem vindo a perder terreno em detrimento de um qualquer artista ou grupo, mesmo que de fraca ou duvidosa qualidade. Infelizmente, digo, muito do nosso povo apenas vê nos cantadores um registo monótono e sem a vivacidade rítmica que se espera para uma festa moderna. Infelizmente nesta depreciação, para além da questão de gostos pessoais que se devem procurar respeitar, reside, todavia, muita ignorância cultural e musical relativamente ao entendimento de um estilo que é rico na sua forma e conteúdo. Apesar disso, sobretudo no Minho, não há festa nem romaria, mesmo das mais afamadas como

La Pandilla

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Durante quase toda a década de 1970, era êxito no panorama musical espanhol, latino-americano e mesmo no português, a banda "La Pandilla", um grupo juvenil formado em Espanha em 1970, com um estilo pop ligeiro muito na senda da também popular banda espanhola " Los Ángeles ". A banda foi formada por Pepa Aguirre, dela fazendo parte sua sobrinha Mari Blanca Ruiz Martínez de Aguirre, sua filha Mari Nieves e seu filho Santiago (Santi) e ainda dois outros rapazes, Juan Carlos e Francisco Javier Martínez Navarro. Em 1974, já numa fase em que o timbre das vozes se começavam a alterar em virtude do avanço na idade dos adolescentes, o grupo foi renovado e em substituição de alguns deles entraram para o grupo os gémeos Ruben e Javi Lopez e Gabriel (Gaby) Jimenez. O grupo continuou a gravar discos até 1977 e a envolver-se em momentos televisivos.  O seu primeiro trabalho discográfico, "Villancilos", teve lançamento em 1970. Dos muitos êxitos, alguns

Sequim de Ouro (Zecchino D´oro)

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  Hoje trago à memória o Zecchino d'Oro (Sequim de Ouro), Festival Internacional da Canção para Crianças, de origem italiana, que anualmente e desde 1959 marca esta quadra natalícia já que, embora seja realizado em Novembro, é transmitido pela televisão italiana - RAI, com difusão por muitas outras estações europeias e mundiais no dia de Natal ou muito próximo deste.  O festival acontece na cidade italiana de Bolonha, no Teatro Antoniano, onde os pequenos artistas são superiormente acompanhados pelo "Piccolo Coro Mariele Ventre dell Antoniano" dirigido por Sabrina Simoni. Uma grande figura deste festival e seu impulsionador, foi o apresentador Cino Tortorella , já retirado. O Festival teve a sua primeira transmissão pela rede Eurovisão em 1969 e em 1976 tornou-se internacional com a admissão de crianças e canções estrangeiras. Em Portugal este Festival passou a despertar as atenções depois da participação da pequenita Maria Armanda , na 23ª edição, no ano de 1980, qu

"Thriller" - Michael Jackson

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Passam hoje 34 anos (30 de Novembro de 1982) sobre o lançamento do álbum " Thriller " de Michael Jackson. Com a etiqueta da Epic Records, foi produzido por Quincy Jones e co-produzido pelo autor. O álbum foi um êxito mundial e mereceu uma crítica positiva generalizada. É por muitos considerado  "o maior e melhor álbum da história". Obviamente uma consideração que vale o que vale, mas que demonstra o grande impacto que o trabalho teve na carreira de Michael Jackson e na música pop mundial. Venceu inúmeros prémios, incluindo 8 Grammy Awards no ano de 1982, dois depois do lançamento.  O vídeo do tema que dá nome ao álbum foi igualmente um sucesso, não só pela sua duração mas pelo cenário, caracterização e qualidade da performance dos intervenientes. É sem dúvida um dos vídeos mais marcantes não só dos anos 80 mas de sempre. Todas as faixas do álbum são fortes, mas pessoalmente, e porque remetem para boas recordações, tenho uma especial preferência porBeat

Conjunto Típico Fernanda Gonçalves e José Augusto

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  Hoje trazemos à memória o Conjunto Típico Fernanda Gonçalves e José Augusto. Foi fundado na cidade do Porto no ano de 1966, por isso há meio século. Para além do casal que davam nome ao grupo, faziam parte da formação original Políbio Cruz (bombo), José Adelino (acordeão), Mário Reis (viola). Os conjuntos típicos foram muito populares sobretudo nas décadas de 60 e 70, mas passaram pelas  décadas seguintes e ainda hoje existem embora obviamente com mais recursos técnicos (como acordeões electrónicos e caixas de ritmos), mas com alguma fidelidade ao estilo. Modo geral um conjunto típico era marcado pelo som do acordeão, por vezes mais que um, a viola para fazer o baixo, e um bombo. Frequentemente os elementos que cantavam e que por regra não tocavam instrumentos, sempre lá pegavam nos ferrinhos ou na pandeireta. Outra característica ainda comum aos conjuntos típicos, são as indumentárias, normalmente iguais (ou não fossem para um conjunto) e garridas, predominando os tons de vermelh

Cascais Jazz

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  O Cascais Jazz - Festival Internacional de Jazz em Cascais tornou-se num dos míticos e emblemáticos festivais de música no nosso país. Teve como organizadores Luis Villas-Boas, fundador no final dos anos 30 do HOT CLUB DE PORTUGAL, o fadista João Braga e Hugo Mendes Lourenço. A sua primeira edição ocorreu em 20 e 21 de Novembro de 1971, no pavilhão desportivo do Dramático de Cascais e depois no pavilhão dos Salesianos e Parque de Palmela, e repetiu-se anualmente até 1988. Organizado ainda no tempo (final) da ditadura marcelista, este evento tornou-se em algo de novidade e espaço de liberdade e por isso despontou desde o início um enorme interesse e adesão do público mesmo fora da esfera do jazz.  Pelo palco deste evento musical passaram grandes nomes do jazz como Miles Davis, o primeiro a tocar, Ornette Coleman, Dizzy Gillespie e Thelonious Monk, Sara Vaughan, B.B. King, Charles Mingus, Sonny Rollins, Toots Thielem entre muitos outros. Logo na primeira edição aconteceram alg

"E o resto são cantigas"

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Em 1981 a RTP exibiu a série de entretenimento "E o resto são cantigas", com apresentação de Raúl Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz, o trio que anos antes, em 1969, apresentou o "Zip-Zip", um  dos mais populares e emblemáticos programas dos primórdios da televisão portuguesa. Teve realização de Oliveira e Costa e Pedro Martins e direcção e arranjos musicais de Jorge Machado. "E o resto são cantigas" teve doze episódios, gravados no Teatro Maria Matos, em Lisboa, dedicados a grandes autores, compositores e maestros dos tempos dourados da música ligeira portuguesa.  Eram entrevistadas pessoas ligadas às figuras em destaque, nomeadamente familiares, e pelo meio eram interpretadas em cenário e registo de revista muitas das mais populares cantigas de autoria dos homenageados, na voz de figuras convidadas, como Amália Rodrigues, José Viana, Simone de Oliveira, Rosa do Canto, Carlos do Carmo, Maria da Fé, Herman José e muitas outras. O própri

E vão 54 anos

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Há 54 anos, precisamente neste dia 12 de Julho mas do ano de 1962, em Londres, no Marquee Club, acontecia aquela que foi considerada como a primeira apresentação musical da banda " The Rolling Stones " que veio a tornar-se numa das mais importantes e populares bandas de rock de todos os tempos. Goste-se ou não do estilo de Mick Jagger, Keith Richards, Ron Wood e Charlie Watts, esta banda britânica é sem dúvida uma das mais emblemáticas da galeria da História da música pop. A boca e língua desenhadas em 1970 pelo então jovem artista gráfico John Pasche, a pedido de Jagger, com a recomendação de sugerir uma atitude "anti-autoridade e sexy"  é o seu logotipo e reconhecível e identificado por gerações de fãs da banda e não só. Claro que a grande boca de Mick foi desde logo auto-sugestiva e inspiradora para o artista embora se refira a deusa indú Kali como elemento igualmente inspirador  enquanto fonte de inesgotável energia. Ora parece que energia é o que não tem

“Os Taras” e Montenegro - “O autocarro do amor”

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  Estávamos em 1969 e o grupo "Os Taras" e Montenegro, no qual se incluía o então desconhecido Quim Barreiros, gravou um EP com quatro temas (*)  do qual sobreviveu na memória colectiva o título " Autocarro do Amor ", que ainda hoje esporadicamente assalta a memória da malta com idades acima dos 50 anos, então jovens e adolescentes e que, na rádio, nas romarias ou bailes de garagem ouviam com frequência esta simples canção mas de melodia que facilmente entrava no ouvido, ou não fosse o refrão baseado no inconfundível lá lá lá lá.. Uns anos mais tarde o cançonestista Jorge Ferreira trouxe o tema para o seu reportório, incluido no CD "Meu coração bate por ti". Letra: Lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá, Lá lá lá lá lá lá lá lá lá Num belo autocarro um dia entrei, e eu nele tudo estranhei Dois empregados bem gentis, como nunca teve a carris Que carro é este, perguntei, pois, que nunca assim eu viajei É o autocarro do amor, logo respondeu o revisor Refrão Lá

Demis Roussos – O adeus a um senhor

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  Demis Roussos

Century – Lover Why

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  A qualidade da música pop que foi produzida durante toda a década de 80, principalmente da sua primeira metade, é amplamente reconhecida não só pelos apreciadores como pelos críticos. Ainda hoje, não só é recordada com verdadeira nostalgia pelas gerações que a vivenciaram como continua a passar com frequência na rádio, pelo que diríamos que se mantém actual. No caso de Portugal, mas também de muitos outros países, existe até uma estação (M80) cuja essência assenta sobretudo na música dessa década. Também na TV por cabo existem canais onde os vídeo clips da música dos anos 80 são exibidos a toda a hora. Neste contexto, dos inúmeros temas que aqui poderíamos elencar e recordar, hoje salta-nos à memória uma balada rock, "Lover Why", dos franceses "Century". Esta banda, fundada em Marselha no ano de 1979 foi liderada pelo cantor e compositor Jean Duperron. Dos seus vários trabalhos, não há dúvida que a balada "Lover Why", do álbum "And Soul it Goes&

Timothy - C'est la vie c'est joli

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No Verão de 1977, debaixo do seu êxito  “C'est la vie c'est joli”,  chegava a Portugal um jovem naturalizado como belga, chamado Timothy. Não veio actuar mas apenas dar entrevistas e promover junta da imprensa o lançamento do seu próximo disco. Na altura era anunciado como um concorrente ou rival de outro belga bem parecido que pela mesma altura fazia bater os corações do público feminino, exactamente o Art Sullivan , que até tinha uma música com o mesmo nome e que estivera a actuar em Portugal pela mesma altura.   Efectivamente basta ouvir os dois artistas para se perceber que o estilo romântico é muito semelhante. Todavia, não deixa de ser curioso que Timothy, talvez a pensar na comunidade portuguesa por terras francófonas, tenha interpretado alguns temas relacionados a Portugal, incluindo Lisboa e Alentejo. De resto, Timothy apaixonou-se por Portugal e chegou mesmo a viver em Lisboa. Fala fluentemente português e passa por cá longas temporadas várias vezes ao longo d

I like Chopin

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  Passam hoje 164 anos sobre o falecimento de Frederic Chopin , compositor e pianista polaco (Żelazowa Wola - Polónia, 1 de Março de 1810 — Paris - França, 17 de Outubro de 1849). Quando se fala de pianistas e compositores virtuosos da história da música o nome de Chopin é logo uma das primeiras referências pelo que apesar da sua curta existência, de 30 anos e alguns meses, tornou-se, com a sua obra, num legado intemporal e cuja importância e influência ainda hoje se fazem sentir nos modernos compositores e pianistas.  

António Mourão - “Oh tempo volta p´ra trás”

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  Das minhas muitas memórias ligadas ao mundo das canções e dos cantores em Portugal, António Mourão surge como um nome incontornável, desde logo, mas não só, pelo inesquecível tema " Oh tempo volta p´ra trás ", cujo refrão ainda hoje é facilmente cantarolado até mesmo por malta de gerações mais novas. António Mourão, é o nome artístico de António Manuel Dias Pequerrucho, nascido no Montijo no ano de 1936, portanto a caminho dos 80 anos. Principiou a sua carreira de fadista no ano de 1964 e o seu grande e emblemático êxito, que atrás referimos, aconteceu em 1965, interpretado durante a revista " E viva o velho " no Teatro Maria Vitória. Teve uma carreira bastante popular, recheada de temas que se tornaram êxitos nacionais e que andaram de boca-em-boca, como o já falado " Oh tempo volta p´ra trás ", mas também " Os Teus Olhos Negros, Negros ", " Chiquita Morena ", esta particularmente do gosto do meu saudoso pai, " Oh

Memórias musicais - 1

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  Olhando para as minhas memórias dos anos 60 e 70, deixo abaixo uma lista, de muitas possíveis, de algumas das músicas que hoje à distância temporal considero emblemáticas. Fosse porque eram demasiado populares e andavam na boca da rapaziada, passando com frequência na rádio e televisão, fosse porque os grupos e os cantores apareciam nas revistas, fosse porque passavam nos altifalantes das festas das aldeias ou nas aparelhagens e gira-discos nos bailaricos, fosse ainda porque estão associadas a momentos mais ou menos marcantes, a verdade é que sabe bem recordar estas preciosidades. Sem nenhuma ordem de preferência especial, alfabética, cronológica ou de estilo, e não repetindo grupos ou cantores, aqui fica a primeira lista (ligando ao Youtube):   Los Bravos: Black is Black Francoise Hardy: Tous les garcons et les filles Procul Harum: A whiter shade of pale The Monkees: I´m a believer Giani Morandi: Non son degno di te Nazareth: Love hurts Rlling Stones: Ang

Cancioneiro Para a Mocidade

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  Independentemente das questões ideológicas associadas à sua publicação, é um interessante livro e documento, este “Cancioneiro Para a Mocidade”, contendo hinos e marchas associados à Mocidade Portuguesa, mas também belas canções de cariz popular tradicional.   Alguns dados técnicos da publicação:   AUTOR(ES):     Ribeiro, Mário de Sampaio, 1898-1966, pref.; Mocito, Bolou, compos. graf.; Antunes, José, 1928-, il.; Portugal. Mocidade Portuguesa, patroc. PUBLICAÇÃO:     Lisboa : Serv. de Publicações da M.P., [D.L. 1962] DESCR. FÍSICA:     53 p. ; 21 cm NOTAS:     Cancioneiro patriótico recolhido para ser usado pela Mocidade Portuguesa Capa e ilustrações de José Antunes. Notação musical de Bolou Mocito Não foi publicada a 2a parte em separado. Em 1966 é publicado o Cancioneiro para a mocidade: canto colectivo, contendo duas partes. Em 1973 é publicado novamente com seis partes CONTÉM:     1a parte: Hinos e marchas. 53

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