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Provérbios de Março

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 O nosso país é muito rico em cultura popular e os provérbios, ditados ou rifões são disso um bom exemplo. Felizmente, apesar da sua génese na tradição oral, estas sentenças da sabedoria do nosso povo estão relativamente bem documentadas e acessíveis. Deste modo, juntando os que sabemos de cor, até porque são correntes na nossa região, na nossa aldeia, uma pesquisa rápida pela Web e facilmente passamos a dispor de uma lista bem representativa dos mais populares provérbios alusivos a este mês de Março. Com as reconhecidas alterações climáticas, nos nossos tempos os respectivos meses do ano e as estações em que se dividem não se apresentam já com as suas características tão vincadas, mas ainda assim há aspectos e sinais que se mantêm inalteráveis. Quanto ao mês de Março, e falo pela minha aldeia, em plena Beira Litoral, encravada entre a serra e o mar, esses sinais são dados pela floração das árvores. Principia, ainda em Fevereiro, pelas mimosas (acácias), com as suas belas colorações

S. Martinho – Tempo de lendas e tradições

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Hojé é dia de S. Martinho. Um santo e uma data de fortes tradições, associadas ao tempo de Outono, às castanhas e ao vinho novo. Um pouco por todo o país são realizadas festas ou romarias de invocação ao santo, das quais destaco o S. Martinho em Penafiel , também conhecida por romaria dos burros, sendo feriado municipal naquele concelho. O nosso povo ao longo dos tempo adoptou vários provérbios ou rifões populares à volta deste tempo de S. Martinho: Eis alguns que consegui reunir: - Pelo S. Martinho, mata o teu porco e prova o teu vinho; - Em dia de S. Martinho, desce à adega e prova o vinho; - Pelo S. Martinho, lume, castanhas e vinho; - Pelo S. Martinho, sobra a água no moinho; - Pelo S. Martinho, sai o porco, entre o bacorinho; - Pelo S. Martinho, todo o mosto dá bom vinho; - Queres pasmar o vizinho? Esterca e lavra pelo S. Martinho; - Virá o Verão de S. Martinho, nem que dure um bocadinho; - Pelo S. Martinho, na horta alho e cebolinho; - Pel

Cantilenas e lengalengas – A chover e a dar sol na casa do rouxinol - Repost

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    No Inverno, principalmente em dias de geada, o intervalo do recreio era aproveitado pelas crianças da escola primária para apanharem um pouco do sol saboroso desses dias bem frios. Para o efeito, encostavam-se à fachada nascente da escola e ali mantinham-se como gatos ao borralho, soturnos e com as mãos no bolso. Então sempre que alguém se colocava defronte, roubando assim o sol morno ao colega, era frequente este dizer a seguinte cantilena: Quem está à frente do meu sol É o diabo de Vila Maior, Com o sangue a escorrer E o gato a lamber. Normalmente ninguém queria assumir o papel de Diabo, pelo que quase de imediato quem estivesse a provocar sombra mudava logo de posição. Outra cantilena: Sempre que estava a chover mas em simultâneo, por entre o céu nublado, lá apareciam uns risonhos raios de sol, era comum dizer-se a seguinte cantilena: A chover e a dar sol, Na casa do rouxinol, A velhinha atrás da porta A remendar o lenço

Lua - Quarto-Crescente

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  (clicar nas imagens para ampliar)   Hoje fotografei a Lua. Neste momento está quase na fase de Quarto-Crescente, portanto a caminho de Lua Cheia, o que acontecerá no dia 5 de Agosto. Se o tempo o permitir, espero então fazer a fotografia da sua luminosidade plena, tanto mais que o luar de Agosto, a par do de Janeiro, é considerado dos mais luminosos. A Lua sempre esteve muito presente na cultura e tradições populares, desde tempos imemoriais, já para não falar na sua influência religiosa em antigas civilizações. Ainda hoje as pessoas ligadas à terra têm muito em conta as fases da Lua, determinando estas os períodos ideais para as sementeiras e colheitas e até para a matança de alguns animais, como o porco. Por outro lado, determinam as condições climatéricas em função do estado da Lua num determinado momento, caso onde se aplica, por exemplo, o ditado: Lua Nova trovejada, 30 dias é molhada. A verdade é que, apesar de haver quem não veja nisso mais do que meras supersti

Provérbios, rifões ou ditados populares - 1

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  Fazem parte da minha memória desde criança, os provérbios, ditados ou rifões populares. Cada um deles, na sua simplicidade, carrega importantes ensinamentos adquiridos por gerações com base na experiência de um quotidiano quase sempre ligado à vida do campo. Um provérbio dito no contexto certo diz mais que muitos considerandos. Vou deixar por aqui, às prestações, alguns muito característicos da minha terra. Naturalmente, alguns serão também comuns a outras regiões, com maior ou menor aproximação, quer na construção quer no significado, que, creio, será perceptível à maioria dos meus leitores.   - Um burro carregado de livros é doutor. - A pensar morreu um burro. - Porque um burro dá um coice, não se lhe há-de cortar a perna. - Quem não pode aluga um burro. - Uma sardinha ao longe carrega um burro. - Abundante a chuva, gorda a uva. - A gado que roe nunca faltaram farrapos. - À custa dos tolos riem-se os assisados. - Alegrai-vos tripas, que aí vai vinho! -

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