Rendas de papel

santa nostalgia renda de papel 2

santa nostalgia renda de papel 3

Recordo hoje uma das coisas que aprendi desde cedo. na disciplina de trabalhos manuais, que era exactamente a "renda-de-papel". À falta de melhor papel, que os dinheiros nesse tempo não abundavam, o habitual era usar-se uma folha de jornal. Dobrava-se um pedaço de folha em 4 ou 8 triângulos e com a tesoura recortava-se de forma aleatória a silhueta que depois de desdobrada dava origem a uma figura mais ou menos circular e com um belo efeito resultante da repetição simétrica das respectivas partes. Desde os mais simples aos mais complexos, o efeito final era invariavelmente uma incógnita, mas sempre deslumbrante.

À falta de outros materiais, recordo ainda que alguns dos meus colegas durante o exame da quarta-classe, uma coisa séria nesse tempo, apresentaram como trabalho manual precisamente uma dessas rendas, executada no emblemático papel de lustro, o qual só era usado em ocasiões e motivos especiais.

Para além do mais, recordo que à falta de rendas verdadeiras ou panos decorativos, as pessoas mais pobres recortavam precisamente em folhas de jornal as suas rendas para decorarem as prateleiras do seu pobre mobiliário da cozinha (ver aqui). Mais tarde começou a haver esse tipo de papel produzido de forma industrial, bem recortado e com bonitos motivos coloridos mas com tempo caíram em desuso.

A arte de recortar papel é milenar e nos países orientais, sobretudo no Japão e China existem fantásticos artistas.

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