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A mostrar mensagens de agosto, 2008

Rei, capitão, soldado, ladrão...

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Hoje trago à memória uma lengalenga muito popular, mas que também me foi ensinada pela minha bisavó, à qual já aludi num anterior post . Esta lengalenga está relacionada com os botões de uma peça de vestuário, principalmente em vestidos, casacos ou camisas. Conforme a ilustração, a contagem era feita de baixo para cima. Quando os botões eram sete, e a lengalenga era dita completa, dizia-se que o dono da peça teria sorte  no amor. Um botão em falta pelo meio era pronúncio de má sorte ou azar no amor. Como não podia deixar de ser, é natural que esta lengalenga, dependendo da região, tenha variantes e sentidos diversos.

Publicidade nostálgica - Tokalon - 2

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  Já aqui havíamos falado do Tokalon , esse clássico creme de beleza, tão caro às mulheres portugesas. Hoje publicámos um novo cartaz onde são anunciados os produtos da linha Concombre , desenvolvidos à base de extractos naturais. O slogan é "a frescura da natureza para a sua beleza".

TAP - Transportes Aéreos Portugueses

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    Hoje TAP Portugal, mas no início TAP - Transportes Aéreos Portugueses. Uma importante companhia, tanto hoje como no passado. Recordo sempre as notícias sobre a TAP no Telejornal da RTP, ainda a preto-e-branco, quase sempre relacionadas com a chegada ou partida de pessoas importantes, como o Papa Paulo VI, na sua visita a Portugal, em 1967, quando aterrou em Monte Real e ainda políticos, chefes de estado, grandes desportistas ou nomes da música e do espectáculo. Uma escada encostada ao avião e da portinhola lá saía alguém com as mãos no ar e cá em baixo muita gente à espera, incluindo os jornalistas e fotógrafos. Depois eram os cumprimentos, os salamaleques e os flashs. Tempos em que se não colocavam as questões de segurança, hoje constante preocupação nos aeroportos. De lá para cá, desde a compra inicial de dois aviões Dakota DC-3, em 1945, e a primeira carreira comercial entre Lisboa-Madrid, em 1946, a companhia tem vivido tempos de crise e mudanças, sempre com

Zembla - O herói da selva de Karundan

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- imagens acima: extraídas da colecção TIGRE - primeira edição da revista ZEMBLA, das edições Aventures & Voyages   - imagens de várias capas de edições francesas A exemplo da maioria da malta da minha geração, sou, desde criança de idade escolar, apreciador de banda desenhada e dentro desta há determinados autores, heróis e colecções que aprecio sobremaneira, por este ou aquele motivo. Neste caso particular, chamo hoje à memória um herói pelo qual sempre nutri alguma simpatia: Trata-se de Zembla , uma variante do popular Tarzan. É representado como um jovem alto, longilíneo, de cabelos pretos, compridos, com calção à Tarzan, em pele de leopardo, mas com uma tira que lhe envolve o tronco na diagonal, uma espécie de suspensório. Zembla foi criado em 1963 pelo artista de BD, Marcel Navarro, das Edições LUG. Este herói foi lançado para competir com um rival muito popular da banda desenhada, de seu nome Akim, de uma public

Cantilenas - Brincadeiras com os dedos

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Recordo-me de minha mãe ir para as lides do cultivo do campo e nessas ocasiões deixava-nos (a mim e a dois irmãos mais chegados) entregues aos cuidados da minha bisavó materna, a quem chamávamos mãe Guida. Esta dócil criatura, morreu há mais de vinte anos, e já contava com quase 100 anos. Apesar dos seus problemas de audição, era fantástica a contar histórias, lendas, rezas, e muitas outras coisas.  Algumas guardei, da maior parte perdi-as, no tempo e na memória. Ensinou-me esta brincadeira com os dedos da mão: Com a mão aberta e dedos separados, apontando com o indicador do mínimo para o polegar: - Este vái ao moliço, este vai à lenha, este vai aos ovos, este frita-os e este come-os. De facto, pensava eu com a minha ideia de criança de 5 ou 6 anos, residia ali o motivo do polegar ser o mais gordinho. De explicar que o moliço na minha região corresponde à folha do pinheiro bravo, nalgumas zonas conhecida por caruma. Ainda em relação aos dedos da mão, tinha outra

Publicidade nostálgica - Margarina Vaqueiro

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    Margarina Vaqueiro . Uma marca mais velha do que as nossas memórias, mas sempre omnipresente nas despensas das nossas cozinhas, nos nossos cozinhados e até nos nossos lanches. Como qualquer dona-de-casa portuguesa, a minha mãe desde sempre usou esta margarina, que ainda continua como uma forte referência e produto de qualidade nos lares portugueses. A margarina Vaqueiro foi lançada no mercado no final do já longínquo ano de 1926, pela empresa Jerónimo Martins & Filho, a partir da manteiga importada com origem na Holanda, a Cowherd Vaqueiro. Um dos aspectos interessantes deste produto é que as donas de casa podiam solicitar receitas culinárias, com Vaqueiro como ingrediente, ao Instituto Culinário da Margarina Vaqueiro, em Lisboa, um nome pomposo mas, pelos vistos, generoso.

The Roman Holidays

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- Principais personagens da série. Hoje trago à memória The Roman Holidays , uma série de animação que passou entre nós, na RTP, em anos 70. O primeiro episódio foi para o ar pelas 21:00 horas de sexta-feira, 22 de Fevereiro de 1974. Nos Estados Unidos passou entre 1972 e 1973. No entanto este horário foi posteriormente alterado para depois do almoço aos domingos; tenho presente esta particularidade porque nessa altura mal acabava de "engolir" ao almoço ia literalmente a correr para casa de um amigo onde ali assistia deliciado ao episódio. A série entre nós  manteve o mesmo nome original. Sei ainda que no Brasil, muito dado  a alterar e a inventar os títulos e personagens, esta série tinha um nome esquisito e nada condizente com o original "Os Mussarelas" ou até mesmo "Os Muzzarelas". O Gus Holiday era o "Zecas", o Happius era o "Jocas", a Groovia era a "Ruvias". Particularidades. Ainda no Brasil, a sé

Love is - Amor é...

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Caderneta de cromos "Love is..." Editora: Cromosol/SL Italy Ano da edição: 1995 Formato: 200 x 262 mm (larg. x alt.) Nº de páginas: 42 - Nº de cromos: 120 Love is... é uma série de desenhos, com quadros únicos e sem sequência, criada em 1960, na Nova Zelândia, pela artista Kim Grove. As primeiras criações foram produzidas pela artista como recadinhos de amor para o seu futuro marido Roberto Casali. Kim faleceu em 1997 e a série tem sido continuada pelo seu filho Stefano Casali, mantendo este a assinatura da mãe. Fundou também a empresa Minikim Caribbean N.V. que detém todos os direitos ligados à série. A série gira em torno de um casalinho, ele de cabelo preto e ela de cabelo louro, comprido, quase sempre representados nús mas sem sexo, e em diversas situações e cenas do dia-a-dia a dois, onde tudo é aproveitado como mensagem e apologia do amor. Os personagens não têm nome e aparecem quase sempre em conjunto mas também s

Brincar aos Cowboys ou "Cóbois"

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  Brincar aos cowboys, ou "cóbois", melhor dizendo, era dos passatempos preferidos dos rapazes da escola primária do meu tempo de criança. Esta paixão por imitar a vida dos vaqueiros do oeste selvagem americano, era fortemente influenciada pelos filmes e séries que nessa altura passavam com muita regularidade na RTP, desde logo a série " Bonanza ", com o clã Cartwright, que habitava no rancho Ponderosa, na Virgínia. Depois a série "Lancer", que passava habitualmente às sextas-feiras à noite, em episódios de uma hora, Chaparral, Daniel Boone   (estes duas séries em exibição actualmente na RTP Memória) e ainda vários filmes, principalmente os protagonizados por nomes como John Wayne, Henry Fonda, James Stewart, Gary Cooper, Wallace Ford, Charlton Heston, Doug McClure, Kirck Douglas, Bud Spencer, Terence Hill ( estes dois últimos na série "Trinita" e muitos outros. Para além dos filmes, tinham muita influência a colecção de c

Publicidade nostálgica - Gillette

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O termo Gillette é sinónimo de láminas ou máquinas de barbear. Em todo o mundo, milhões de homens, e mesmo até mulheres, usam diariamente os produtos desta marca, para se barbearem ou depilarem. É mais ou menos conhecida a história da Gillete. Em 1895, nos Estados Unidos, King Camp Gillette inventou o sistema chamado safety razor, barbeador seguro, substituindo com inúmeras vantagens, práticas e económicas, a tradicional e perigosa navalha por uma máquina de encaixe, protegendo a lámina e expondo ligeiramente apenas as duas faces de corte. A ideia principal do invento era criar um sistema económico de láminas descartáveis, pelo que interessava criar láminas baratas mas eficientes e de certa forma duráveis para diversos cortes. No seguimento desta simples mas fantástica invenção e depois de ultrapassados os problemas técnicos com a produção de uma lámina eficaz, o que foi conseguido com a ajuda de William Nickerson, um reputado engenheiro mecânico, em 1901 foi fundada n

O Barqueiro - Jogo de crianças

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  Jogo do  Barqueiro. o Barqueiro era um jogo muito popular entre as crianças do meu tempo de escola primária. Era jogado no recreio mas exigia algum espaço pelo que de preferência era jogado no terreiro adjacente à escola. Podiam participar várias crianças, quantas mais melhor. Duas delas, que seriam os porteiros da ponte, reuniam-se isoladamente do resto do grupo e combinavam entre si representar determinado elemento. Por exemplo, um representaria o trolha, o outro o pedreiro; um a rosa, o outro o cravo; um o Benfica, o outro o Porto; um o amarelo, o outro o vermelho; um a Espanha  o outro a França, e por aí fora. Era importante que fossem coisas com valores ou significados opostos mas semelhantes em termos de importância. Uma vez feita esta combinação, colocavam-se os dois de mãos dadas, levantadas em arco, de frente um para o outro. O resto do grupo participante formava uma fila, uns atrás dos outros, com as mãos apoiadas nos ombros do companheiro da frente e dava um

Publicidade nostálgica - Laca Yenka - Memórias da ida ao barbeiro

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Não é uma marca muito conhecida e provavelmente já nem se fabrica, mas ainda me recordo de levar com uma camada desta laca, pulverizada pela mão nervosa do barbeiro da aldeia na véspera da minha comunhão solene. Tão nervosa a mão que mutilou metade da minha franja à Beatles. A ida ao barbeiro, ainda que sazonal (quase sempre no início do Verão) era um duro castigo para os rapazes, pois o barbeiro, o Ti  Tonico, era mais nervoso que a sua mão e, contraditoriamente, não suportava o nervoso dos seus jovens clientes. Ainda por cima, éramos obrigados a ficar sentados sobre três ou quatro almofadas para compensar a falta de altura e no cimo dessa poltrona oscilávamos mais do que um choupo em tarde de ventania. Com a História de Portugal na ponta da língua, não fora a imobilização forçada, sentir-me-ia como o Samorim de Calecute na sua poltrona de púrpura a receber o recém chegado Vasco da Gama. Para forçar a posição, o Ti Tonico apertava-nos a cabeça com a sua grande e nervosa manáp

O balde e a pá da praia

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Ontem fui à praia. Esposa e filhos acompanharam e durante toda a tarde houve tempo para tudo: Apanhar sol, talvez até em demasia, mergulhar, lanchar e, claro, brincar. Vendo o meu filho a brincar com a areia, foi sobretudo um momento de voltar atrás no tempo, aos meus tempos de criança e recordar também as minhas brincadeiras na praia. Bem vistas, as coisas nesse aspecto até nem mudaram muito. Talvez mais brinquedos, e mais sofisticados, de resto a mesma alegria, imaginação e empenho, muito empenho na construção dos míticos castelos de areia, grutas, covas e outras coisas mais ou  menos parecidas, sempre com a areia, seca e molhada, os godos ou seixos e as conchas. Os brinquedos da praia, o balde, de plástico e até de chapa, e a sua inseparável companheira, a pá. Não era necessário mais nada para se construir um mundo, um castelo. Estes dois objectos estão profundamente ligados à memória de milhares de portugueses porque lhes passaram pelas mãos, numa qualquer praia da extensa cos

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