Betty Boop, a raínha do glliter


betty boop santa nostalgia

Betty Boop, a boneca mais sensual da Banda Desenhada faz hoje 75 anos, por isso uma velhinha de respeito.
Frágil, elegante, olhos grandes, boquinha pequena, a formar beicinho, pernas bem torneadas, medidas exactas, ombros e pernas nuas, liga na perna esquerda, voz suave em que pronunciou vezes sem conta o famoso "boop-oop-a-doop"… (fonte).

Confesso que em criança nunca fui muito apreciador da Betty. Deslumbravam-me mais os cowboys montados nos seus rápidos cavalos a galgar pradarias a combater os Sioux, os Apaches e outros índios.
Com o avançar dos anos, com outras apreciações mais amadurecidas, continuei a não ligar muito à Betty apesar de ser impossível não reparar naquele corpo torneado e sensual. No resto, Betty até poderia perder a grande cabeça, mesmo sabendo que muitos de carne-e-osso perderam-na por causa de um corpo de tinta e papel. Talvez pela sua cabeça desproporcionada, sempre achei a Betty Boop "uma cabeça-no-ar", uma tontinha "cabeça-de-vento", bem à imagem estereotipada de algumas mulheres de Hollywood.

É claro que sempre gostei de Banda Desenhada e do sucedâneo cinema de animação, paixão que ainda hoje prevalece. Mas, volto a dizer, a bonequinha Betty, que se fosse humana seria hoje uma respeitável avó, nunca mereceu a minha atenção talvez porque o seu contexto não fosse o de aventuras e porque andasse eu demasiado entretido com os tais cowboys, como Tex Willer, Matt Marriot, Cisco Kid, Roy Rogers ou mesmo o enigmático justiceiro do anel da caveira, o Fantasma. Também o corsário Sandor, o viking Ogan e o Oliver - Robin dos Bosques, heróis regulares das edições do Falcão, eram motivo de distracção. Betty estava condenada a ser posta de lado pelo fascínio do Príncipe Valente e a sua “espada cantante” imortalizado pelo traço inconfundível de Hall Foster ou Tarzan, o rei da selva, enfrentando leões de punhal e tanga e mesmo o mágico da cartola, Mandrake. 

Num tão amplo universo de heróis, valentes e destemidos, armados até aos dentes com revólveres, flechas e espadas, não sobrou espaço para os olhos meigos e o beicinho amuado da Betty. Achava eu que era um caso de meninas. Esta tese de então confirma-se hoje em dia já que a boneca mais sensual do mundo, a quem a esquelética Barbie não chega aos cotovelos de tanta sensualidade, está na moda em tudo o que é Facebook ou Orkut de meninas, sendo apresentada com o seu vestidinho ajustado ao corpo a cintilar de estrelas e diamantes. A Betty Boop tornou-se assim a rainha do Glliter competindo com os ursinhos e os anjinhos.
Mas, pronto, reconheço que é uma figura incontornável da história dos comics, demasiado sensual para o seu tempo, uma ousadia que lhe valeu várias censuras de uma América hipocritamente conservadora, e como tal merece ser recordada à passagem desta efeméride. Para além do mais, continua a exibir uma belas pernas e a sua liga ainda lá está intacta.

Barabéns, Betty Boop! Boop-oop-a-doop!

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