Ninho de ovos de galinha

 

ninho de ovos

galinha

Quem vive em ambiente de aldeia, sabe bem que as galinhas são quase omnipresentes. Qualquer família, no logradouro da casa, junto ao quintal, horta ou jardim, tem o seu galinheiro e nele galos e galinhas. A sua deliciosa carne e os não menos apetecíveis ovos, são um dos motivos que leva a que as galinhas sejam possivelmente dos animais mais  abundantes num contexto doméstico.

Por todos esses motivos, desde que me conheço sempre vivi lado a lado, passe a expressão, com as galinhas. Foi assim quando era criança, em casa de meus avôs e meus pais (a minha mãe continua a ter a sua criação) bem como actualmente, junto à minha horta possuo uma construção anexa onde tamnbém há lugar para um galinheiro. Por sua vez, estas vivem em liberdade já que têm uma parecela de terreno adjacente com cerca de 150 m2 onde andam à vontade, sempre incansáveis a revolver a terra, esteja sol ou chuva, seja de Inverno ou Verão, desde que despertam, bem cedo, até que recolhem ao galinheiro, também cedo.

Por regra compramos uma dúzia de pintos, frangos, dos vermelhos (cá em casa não gostamos dos brancos embora cresçam mais rápido e sejam de carne mais branca e tenra) que depois de adultos abastecem a arca frigorífica. Depois vem uma pausa na criação, de cerca de dois ou três meses. Para além disso, paralelamente, existem sempre no mínimo meia dúzia de galinhas poedeiras, que, regra geral, lá põem o seu ovo diário. Por isso em casa há sempre ovos frescos e em quantidade, tanto para as refeições como para cozinhar uns doces caseiros. Ainda sobram, de modo que parte deles são cedidos a familiares que, obviamente, os preferem aos adquiridos nos mercados, provenientes de aviários. Neste momento temos nove galinhas a pôr diariamente.

As galinhas são assim um elemento indissociável da nossa infância e fazem também parte das nossas memórias, que mais não seja quando recordo que na caristia própria de outros tempos, aos domingos matava-se uma galinha (os galos eram para dia de festa) e a saborosa canja ou delicioso arroz tinham um sabor que ainda hoje se sente. Nesses tempos os domingos tinham de facto uma marca própria, tanto no vestir como no comer. Hoje em dia tudo isso se diluiu e pelo vestir e pelo comer já nem sabemos a quantas andamos.

Recordo também que minha mãe, mulher de quase uma dezena de filhos, todos nascidos em casa, assistidos por parteira habilidosa da aldeia, nesses tempos de pós-parto tinha umas refeições melhoradas à base de galinha, tanto arroz como canja. Eram assim esses tempos em que as mulheres eram de outra têmpera, também porque a vida a isso as obrigava.

Outra forte imagem, era as galinhas da casa com as suas ninhadas de pintaínhos percorrendo o quintal, sempre à cata de minhocas e outros bicharocos. Nesse fase, era complicado a aproximação à galinha-mãe, sempre atenta aos filhotes, esses suaves novelos amarelos.

Como vêem, as galinhas, esses animais que dizem estúpidos, ainda têm muita importância no contexto da susbistência de muitas famílias portuguesas e, mais do que isso, evocam memórias e recordações.

Já agora, por curiosidade, pelo menos um dos ovos da imagem acima pertence à galinha da imagem. O seu ovo a seu dono(a).

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