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A mostrar mensagens de abril, 2011

Conta-me como foi – O final

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Terminou nesta segunda-feira, dia 25 de Abril, a série de televisão " Conta-me Como Foi ", exibida na RTP. A série teve um início prometedor, tornando-se numa fiel evocação de um período ocorrido entre meados dos anos 60 e 70 (25 de Abril de 1974). Aos poucos, a par de alguma inconsistência nos horários e ritmos de exibição, a série foi perdendo gás e terminou quase esvaziada. Em rigor, com excepção dos primeiros episódios, onde de facto se conseguiu transmitir de forma excelente o espírito desses tempos, toda a restante série tornou-se num caldo morno de situações inconsistentes e inconsequentes, de forma muito ligeira e rebuscada. É certo que a série teve o seu valor, foi bem acolhida na generalidade, a ponto de haver movimentos a pedir o regresso, mas, e esta é apenas a nossa modesta opinião, deixou muito a desejar. Certamente que o objectivo era mesmo esse, ser um registo ligeiro, sem grandes rigores de argumento, um mero entreteni

25 de Abril de 1974 – Reaprender a Liberdade

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  Trinta e sete anos depois da data da revolução de 25 de Abril de 1974, continuamos na mesma pequenez e dependência de políticos e governantes incapazes. Os valores de Abril continuam a ser evocados como banalidades de ocasião, como balões e confetis numa qualquer festa de aniversário, mas no essencial, aparte um progresso que se obteve mas que nos endividou, porque alicerçado sempre acima das nossas reais possibilidades, porque temos casa, carro, televisão e sofás que somos incapazes de pagar ao Banco, continuamos numa ditadura da incerteza do futuro imediato, numa ditadura da insegurança, numa ditadura do desemprego, num faz de conta que vivemos à grande e à francesa com o dinheiro dos outros. É certo que agora podemos pensar, exprimir e reclamar, no que se chama de exercício da Liberdade, mas, verdade se diga, já de pouco nos serve, porque são moucos os ouvidos daqueles que nos deviam escutar. Como agravante de tudo, se noutros tempos éramos quase todos inocentes e vítimas d

Sexta-Feira Santa

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    - Ilustração de Tony Wolf, do livro “La Bibbia e la vita di Gesù raccontata ai più piccoli” – Dami Editore, Milano (clicar para ampliar)

Hoje como há 40 anos

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O assunto do pedido de ajuda económica à Europa é tema que tem dominado a actualidade. Escusado será repetir aqui os contornos e as consequências, os quês e os porquês. Todavia, tendo em conta a capa da revista "Gaiola Aberta", de 15 de Outubro de 1975, publicada pouco mais de um ano depois da revolução do 25 de Abril de 1974, não deixa de ser irónico que, decorridos quase quarenta anos após uma revolução que entre outros predicados pretendia acabar com o atraso do desenvolvimento relativamente aos demais países ocidentais, Portugal chega a esta ante-câmara da falência, após um percurso em que sempre gastou mais do que devia e podia, em que viveu sempre acima das reais possibilidades. Ontem, há 40 anos, como hoje, Portugal continua na cauda da corrida e a precisar constantemente das tetas generosas da velha Europa, mas com a agravante de que, mal habituados a um bem-estar suportado por dinheiro que nunca tivemos, desde o Estado às famílias, as dificuldades e os sacrif

Ciências Geográfico-Naturais – 4ª classe – Victor Lamy

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  Hoje trago à memória o livro escolar “Ciências Geográfico-Naturais – 4ª classe”, de Victor Lamy, da Porto Editora. Tem uma dimensão de 185 x 245 mm e um total de 112 páginas a cores. O manual não tem qualquer referência à data da sua edição, mas será seguramente do final dos anos 60 ou princípios de 70, até porque no programa estão ainda incluídas as então províncias ultramarinas portuguesas.

Evocando a Primavera

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 Estamos em plena Primavera, porventura a mais bela e deliciosa estação do ano. Não surpreende, por isso, que sejam sempre gratas e abundantes as recordações à volta deste tempo tão característico do nosso clima.  Neste sentido, trago à memória mais duas belas páginas contidas no meu livro de leitura da segunda classe , uma fonte de inesgotáveis memórias. Fica a partilha das lições “Na Primavera” e “Na horta do tio Joaquim”. Tenho a felicidade de ter um amplo terreno de horta e jardim, adjacente à moradia, e de facto neste tempo tudo parece exaltar as belezas da natureza e da própria Primavera. São as rosas já a abrir, as árvores de fruto a florir, como as laranjeiras, cerejeiras, macieiras e pereiras, e as ameixoeiras e pessegueiros já com fruto a desenvolver. Para além disso, a relva cresce a olhos vistos, mais verde e viçosa; Na horta crescem as favas, as ervilhas e as batatas; Estão viçosos os alforbes de hortaliça e já nasceram os feijões. Os tomateiros e pimentos estão e

Isolino Vaz

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Tenho de Isolino Vaz as melhores referências e recordações,  nomeadamente desde o primeiro contacto com os catecismos que me acompanharam na catequese, onde admirava aquelas simples mas deslumbrantes ilustrações. Efectivamente, para além da lista da sua imensa obra, os volumes II, III e IV, do Catecismo Nacional (o volume I foi ilustrado por Laura Costa), foram ilustrados por este artista gaiense, concretamente em 1954, 1955 e 1956. Há já alguns anos adquiri um livro escolar, uma História de Portugal - 4ª Classe, de João Pimenta, Armando Pimenta, Eduardo Jorge e Fernando Pires,  edição de 1967, magnificamente ilustrada por Isolino Vaz e seu colega e colaborador Higino de Abreu, e quiz a sorte e o acaso que esse volume contivesse uma dedicatória assinada pelo próprio Isolino, dirigida, pelo que consigo ler, a um inspector escolar de nome Pimentel Machado (será?). Esta história faz-me lembra outra que aqui já partilhei relativamente a Matilde Rosa Araújo, no livro “O Palh

Bozo, o palhaço mais famoso do mundo

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  Quem se recorda da série de animação "Bozo, the world's most famous clown", "Bozo, o palhaço mais famoso do mundo"? De momento não posso precisar a data de exibição na RTP, mas tenho ideia de que terá sido no final dos anos 70, o mais tardar no princípio dos anos 80. Trata-se de uma série com origem nos Estados Unidos, produzida pela Larry Harmon Studios (detentora dos direitos da dupla “ Laurel & Hardy ”), em 1958, com um total de 163 episódios com cerca de 6 minutos cada. A série foi inspirada na figura do próprio palhaço Bozo , de carne-e-osso, figura popular nos Estados Unidos nos anos 50, uma criação de Alan Wendell Livingston e interpretada por Larry Harmon . Seria o prórprio Larry a emprestar a voz ao personagem na série de animação. O palhaço Bozo era uma figura deveras engraçada, com o seu característico fato azul, o seu penteado ruivo e, claro, a sua cara de palhaço. As histórias giravam à volta do dia-a-dia do circo onde tra

Rafael

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  Rafael, o jovem pintor renascentista, para além da riqueza da sua obra, justamente considerado como um elemento da tríade de mestres do Renascimento, com Michelangelo e Leonardo da Vinci, teve a particularidade de ter nascido e morrido no mesmo dia e mês (nasceu a 6 de Abril de 1483 e faleceu aos 37 anos, em 6 de Abril de 1520), no que não deixa de ser uma coincidência do destino. Apesar da sua curta vida, a sua obra é vasta e deslumbrante, embora parte da sua execução seja atribuída ao seu ateliê, nomeadamente ao seu discípulo e assistente Giulio Romano.

Salgueiro Maia

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  Passam hoje 19 anos sobre o desaparecimento de Salgueiro Maia (3 de Abril de 1992), uma das importantes figuras da revolução de 25 de Abril de 1974. Um dos melhores militares de Abril, porventura um dos poucos que vislumbrou e viveu a revolução no seu sentido mais profundo e genuíno, muito para além daqueles que apenas pretenderam substituir uma ditadura de direita por uma de esquerda. rabisco: Santa Nostalgia

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