A panela ao lume

 

Com os tempos de crise económica que varrem este nosso pobre país, no sentido da redução de custos nos orçamentos familiares, começam já a ser adoptados alguns expedientes ou práticas comuns há três ou quatro décadas atrás. Uma dessas situações tem a ver com a poupança nos gastos com electricidade e gás, cozinhando-se com lenha, na lareira, pelo que voltam a estar em uso, pelo menos em ambientes rurais, as velhinhas panelas de ferro que noutros tempos tantas vezes vi na lareira da casa paterna. E que saborosa era a comida que daqueles potes enegrados de fuligem saía…

Adaptadas a essa função estavam as panelas de três pernas, em ferro fundido. Nesses tempos eram presença obrigatória nas feiras, vendidas em diferentes tamanhos.

Para se começar a usar uma dessas panelas, era necessária uma preparação  destinada a retirar o sabor do ferro e de outros produtos usados na fundição, que, no caso da minha aldeia, norma geral consistía em cozinhar-se durante longas horas uma mistura de farinha de milho com nacos de unto (gordura de porco). Este processo poderia ser repetido duas ou três vezes até que o interior da panela ficasse revestido com uma película de gordura. Uma vez preparada, podiam então ser confeccionadas as típicas comidas de lavrador, nomeadamente a sopa ou mais popularmente, o caldo, muito substancial com feijão, legumes, um talhada de carne de porco salgada e de quando em vez uns arrozeiros.

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