Passarola Voadora


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 Rezam as crónicas que neste dia de 8 de Agosto, em 1709, portanto há precisamente 304 anos, o padre português Bartolomeu Lourenço de Gusmão, depois de algumas prévias experiências falhadas, fez subir o seu balão ou balonete de ar na Sala de Audiências do Palácio Real. O engenho subiu lentamente até ao tecto onde se manteve por algum tempo e depois desceu suavemente.

As experiências continuaram posteriormente, já no exterior e com aparelhos maiores, tendo sido devidamente testemunhadas por pessoas idóneas, pelo que este feito ficou registado para a História como pioneiro no longo percurso do sonho do homem em poder voar. Apesar disso, a capacidade de elevar um objecto com pessoas a bordo está documentalmente atribuída aos irmãos franceses Jacques e Joseph Montgolfier. Este feito também é considerado a Bartolomeu de Gusmão, já que se diz que terá voado  cerca de 1 km entre o Castelo de S. Jorge e o Terreiro do Paço, em Lisboa, mas de facto faltam as provas que o atestem.

Seja como for, este feito atribuído e reconhecido ao padre jesuíta, nascido em Santos, no Brasil, então colónia portuguesa, mereceu-lhe um lugar na História da Aviação e o seu engenho foi posteriormente desenhado de forma fantasiosa, quase como uma nave, em formato de grande pássaro, pelo que ficou conhecido como Passarola Voadora. Na realidade não se sabe ao certo o formato adoptado, sendo plausível que tivesse sido semelhante ao utilizado pelos franceses uns anos mais tarde.

Quanto à Passora Voadora ela acabou por ficar um pouco no nosso imaginário colectivo e com frequência era citada em manuais escolares, como nesta página do meu livro de leitura da segunda classe, sobre os caminhos do ar, numa bela ilustração de Luis Filipe de Abreu. Também quem não se lembra do poema “Pedra Filosofal” de  António Gedeão, passada para uma bela canção por Manuel Freire, em que é citada a Passarola Voadora?


caminhos do ar luis filipe abreu passarola voadora

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