Revista Selecções Femininas - 1955


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Capa da revista “Selecções Femininas” de Dezembro de 1955.
Na altura tinha como directora Berta de Sá e Alves de Oliveira como director artístico, editor e proprietário – Distribuição da Agência Portuguesa de Revistas.
De forma mais exaustiva, toma-se a liberdade de reproduzir aqui um artigo de Daniel Costa, publicado aqui no Sol:

“”Destinadas especialmente ao público feminino, sempre houve publicações, actualmente não tão vocacionadas apenas nesse sentido, porque entretanto a mulher mais se vem emancipando. Convém recordar que ao tempo as escolas existiam com separação de sexos, mais um dos absurdos próprios do Estado Novo.
Havia a revista Selecções Femininas dirigida por Berta de Sá, tendo como Director Artístico, Editor e Proprietário, Alves de Oliveira.
A revista era impressa pelo processo de tipográfico na Bertrand & Irmãos do Dafundo, sendo vendida ao preço de 10$00, funcionando mais a venda por assinaturas 100$00/ano, para o Continente, Ilhas e Ultramar e 120$00 para o estrangeiro, tinha o formato de 15,5 X 22 mm.
Sendo mensal, tenho presente o número de Julho de 1968. Em 1969 a impressão tipográfica, estava definitivamente a dar o lugar ao ofsset.
Consequentemente Alves de Oliveira, por já não ser novo, vendeu o título a Donas de Casa, que procedeu a uma reciclagem. Continuou com a mesma casa impressora, e passou editá-la por padrões mais modernos e atraentes.
O formato passou a ser menor – 15 X 18,5 mm – tipo de capa mais adequado aos novos tempos, visto que o Ofsset dava outras possibilidades, nesse aspecto.
A Direcção passou a ser da nova proprietária, a inefável Marisabel de Sousa. Como, ao tempo, não vinham indicados na ficha técnica os nomes dos redactores, apenas o do chefe de publicidade, J. A. Bezelga e o do pintor Armando Anjos, que tratava dos arranjos gráficos.
Porém, além destes, conhecia pessoalmente os redactores, como por exemplo, Maria João Rolo Duarte. O marido, Rolo Duarte, que aparecia muito na gráfica, seria consultor.
Escolhi o número 12 desta II série, para através desta fazer a viagem, diga-se de saudade, mais de recordação.
É isso. Recordação!...
Publicidade, o suporte financeiro, por excelência, dos periódicos. Temos verso da capa, contracapa e verso da contracapa a cores, depois mais oito anúncios de página e meia com um. Pouco, muito pouco para uma sustentabilidade eficaz.
Começo de novo, agora voltando ao principia para ver os temas: Começa com um artigo de dez páginas, com o título, “Para Salvar as Crianças de Todo o Mundo” – um tema eterno, as pobres crianças!....
Segue, anúncio, da casa, de duas páginas dedicadas a prestigiar a revista “Donas de Casa”. A seguir, “os TEEN-AGERS – vistos por um sociólogo”, mais dez páginas; “Seus Filhos Estarão em Perigo? Oito páginas; “Ricos e Super-Ricos”, assinado por Thomás G. Bwchanan, artigo de sete páginas. Segue-se anúncio de página, da casa com cupão de assinatura da revista.
A seguir vem “A Dignificação do Sexo”, pelo Dr. Ramiro da Fonseca, muito conhecido da Televisão, que também nos diz em “Educação Sexual”, como responder “A Perguntas Embaraçosas”.
Outro artigo tem a assinatura de Walter de la Maré, designa-se “Remédios”.
Depois destaco a “Galeria” com a entrevista ao amigo Martinez. De facto o desenhador gráfico da Agência de publicidade Lintas, era o Cartoonista “free lacer “ de “Donas de Casa”e passou a sê-lo também desta revista, onde ocupa dezasseis páginas com os seus cartoons, só em três está a entrevista escrita e a sua fotografia.
Martinez, que também conheci assim como o filho e a nora, com quem cheguei a trabalhar, era merecedor da homenagem. Era homem afável e sobretudo competente, até o seu humor era atempado e sério. O regime em que se vivia, não permitiria que tivesse outros horizontes.
Mais duas páginas da casa dedicadas ao programa C.C.D. (Clube das Donas de Casa, do R.C.P. conduzido pelo saudoso Henrique Mendes e Maria João Aguiar, fotografias e texto do lado direito, sendo o lado esquerdo reservado às de vários cantores, como Elis Regina, Madalena Iglésias, António Calvário, Amália Rodrigues, Tony de Matos e outros.
“EM LONDRES – TEATRO DE FANTOCHES”, artigo e várias diversidades fecham a revista, que se apresenta bastante e bem ilustrada a preto.
A distribuição esteve a cargo da Livraria Bertrand – Venda Nova /Amadora.
Recordei pedaços de vida já, que na altura, fazia parte dos quadros da empresa impressora. Dividia a sala com o colega que tratava do assunto, como de tudo o que vinha de editoras de revistas, enquanto eu de livrarias. Muitas vezes o substituía e ele vice-versa,
De modo, que tive contacto com a gente mencionada, com exclusão da uma pessoa, a que dirigiu a revista na primeira fase.

Daniel Costa “”

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