Pseudo-concursos da RTP


A propósito de um "pseudo-concurso" "Temos Artista - Especial Fado" no programa "A Praça da Alegria" na RTP:

Não somos muito de comentar, sobretudo em redes sociais porque invariavlemente é "chover no molhado", mas, por excepção, deixamos um comentário no Facebook do respectivo programa.

Infelizmente a RTP presta-se a estas tristes figuras. O apelo ao voto das massas, que por regra têm em conta a simpatia e não a qualidade intrínseca do talento dos concorrentes, dá nisto e demonstra que o factor da receita das chamadas tem mais peso. O júri, mesmo que competente, como o José Gonzalez, que percebe como poucos do fado, faz apenas figura de corpo-presente.

 Neste caso, apesar de globalmente ter reconhecido a qualidade do Franklim e da Tânia e de apontar as fragilidades técnicas da mais jovem, a Bea, que demonstrou notoriamente problemas de dicção, atrapalhação com algumas palavras e de respiração, e que, todavia, naturalmente pela sua juventude tem qualidades a explorar, com caminho a percorrer e muito a aprender, viu o público a confirmar o paradoxo destes pseudo-concursos que acabam por premiar a capacidade dos familiares, amigos, escola, empresa e comunidade local onde se inserem, em concentrarem os telefonemas.

Posto isto, estes pseudo-concursos na RTP, não são mesmo para levar a sério e em rigor sujeita-se a eles quem quer. Dá-lhes montra? Dá! Isso é o mais importante? Cada um que responda por si!

Em todo o caso, de pouco ou nada vale comentar aqui méritos, justiça ou injustiças. Ninguém da RTP e da produção se incomoda com isso nem virá aqui prestar contas. Quem não gostar, como eu, ponha de lado no prato. Apenas comentei agora, pela primeira e última vez, porque apesar de já ter ocorrido antes, este caso foi flagrante no paradoxo criado, em que de facto a qualidade e o mérito não contaram para o totobola. 

O próprio júri deve ter-se sentido mal mas faz parte do contrato aguentarem com estas singularidades. É para isso que lhes pagam. Poderia haver uma classificação apenas pelo júri, mas isso já seria pedir de mais. O nosso modelo de televisão, mesmo pseudo-público não se compadece com  lirismos e o liga, liga, liga, é quem mais ordena!

[foto: RTP]

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