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Cartaz dos furos - Brindes

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    Hoje trago à memória um dos muitos cartazes de furos, ou furinhos, que pelos anos 60 e 70 faziam parte do cardápio de qualquer café ou mercearia de aldeia. Com a ponta de uma caneta ou lápis pressionava-se no centro de um dos muitos quadradinhos e extraía-se um pequeno círculo de cartão (chamado bucha) que normalmente tinha uma letra ou um número impressos e que por sua vez indicavam qual o prémio saído em sorte, normalmente chocolates e guloseimas mas também brinquedos. Havia buchas especiais com cores específicas que davam prémios especiais, assim como para o último furo de cada quadrante e o último furo do cartaz, que todos almejavem mas que invariavelmente saíam ao pessoal da casa . Claro está que ao lado morava sempre o expositor com os prémios mais importantes presos por elásticos, a apelar ao jogo. Estes cartazes tinham vários editores e vários temas, variando de região para região, mas um dos mais simples e populares corresponde à réplica que publicamos acima, isto

Os nossos carrinhos de rolamentos

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  O nosso blog Santa Nostalgia, a propósito do tema de carrinhos de rolamentos , foi por estes dias citado na rubrica “ Caderneta de Cromos ”, de Nuno Markl, no programa que leva a cabo na Rádio Comercial. Neste sentido, pelo que nos sentimos lisonjeados, voltamos a publicar o respectivo artigo. *** Hoje em dia as crianças estão "intoxicadas" com toda a qualidade de brinquedos, desde os mais simples aos mais sofisticados, incluindo leitores de música e vídeo, telemóveis, consolas de jogos e até carros e motos movidos a bateria. Sempre que há aniversário, Páscoa ou Natal, esse arsenal de brinquedos aumenta consideravelmente. Por conseguinte, não há criança, por mais pobre que seja, que não tenha em casa uma panóplia de brinquedos. Mas nem sempre foi assim. Se é certo que o brinquedo sempre ocupou um importante lugar no mundo da infância e sempre os houve, também é verdade que só as as crianças nascidas em boas palhas é que tinham direito a brinquedos mais

O “Jogo da Macaca”

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  Dos jogos de crianças associados ao recreio da escola primária, o  "Jogo da Macaca" era um dos mais populares. Este jogo é conhecido por todo o país, mas, naturalmente, com variantes de região para região, quer na forma geométrica da “macaca” quer nas suas regras. Na minha aldeia, brinca-se assim o jogo da macaca: No chão, preferencialmente de terra, desenha-se de forma indelével a "macaca", constituída por sete "casas", sendo três seguidas de formato sensivalmente rectangular e terminando num círculo dividido em quatro quartos. Habitualmente eram admitidas a jogo três crianças, quase sempre raparigas, que sorteavam entre si a ordem de começo. A primeira ficava com o nome de "primas", a segunda de "xigas", a terceira e última de "restas". O objecto que serviria para percorrer a "macaca", em forma de disco ou patela, chamava-se "malha" e habitualmente era feita toscamente com um caco de

Outono – Cores quentes e nostalgias

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Naquele que foi o meu livro de leitura da segunda classe , uma das características interessantes é que assinalava o começo das diversas estações do ano. Isso era feito com duas páginas ilustradas com as cores e elementos que caracterizavam cada uma dessas épocas do calendário do tempo. Tinha um bonito texto e uma música que se aprendia. Esse livro foi magnificamente ilustrado pela Maria Keil e pelo Luís Filipe Abreu, cujos estilos por vezes se confundem, mas creio que estas ilustrações a que me refiro são do pincel mágico do Luís. Assim, e porque já estamos neste pleno período, trago à memória as páginas correspondentes ao Outono, com as suas cores quentes e brilhantes e alguns frutos lembrando o tempo de colheitas das coisas amadurecidas pelo Verão. O Outono está fortemente associado ao tempo do início das aulas nos diferentes graus de ensino. Recuando no tempo e na minha memória, recordo-me do meu primeiro dia de escola e toda a expectativa e ansiedade que sentia, tanto n

A importância dos botões

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  Botões e mais botões. Estes simpáticos objectos são intemporais e existem desde há milhares de anos, quase desde o tempo em que o homem sentiu necessidade de se vestir. Os botões estão presentes em quase todo o tipo de vestuário, desde a roupa interior até às camisas, casacos, calças e sobretudos, mas também em calçado e outros acessórios. Para além da sua função, prática ou meramente decorativa, os botões sempre foram feitos com variados materias, desde osso ao moderno plástico, passando por pedra, madeira, metal, vidro, etc. Há ainda os botões num determinado material base mas revestidos com outro, como tecido, couro e metal. Apesar de existirem em diversos tamanhos e formatos, não deixam de ser objectos pequeninos e predominantemente de forma circular. Há botões com dois ou mais buracos e também sem buracos, com sistema de argola na base. Os botões estão integrados num grupo de artigos a que se chama de retrosaria. Sempre achei piada a esta designação e des

Brincar às casinhas

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Esta é uma das mais fortes imagens relacionadas com o nosso tempo de criança. Brincar às casinhas era uma forma de imitar a realidade dos adultos, nas tarefas do quotidiano, mas também uma forma de viver, ainda que por instantes, num mundo próprio e fantástico. Mágico até. É certo que à imagem dos adultos, mas com um simbolismo muito infantil, instintivo, mas também imaginário. Não é de admirar, pois, que os brinquedos de outros tempos fossem imitações das coisas e dos objectos do dia-a-dia dos adultos. Desde logo as bonecas, também os apetrechos da casa, como os electrodomésticos, os móveis, a tábua de passar a ferro, os tachos, as panelas, a loiça e os talheres e também as roupas. Estes, claro, mais para as meninas. Para os rapazes, as ferramentas, os carros, os tractores, as máquinas, a bola, o pião, etc. Este leque de brinquedos permitia assim um ensinamento precoce para as coisas da vida real de uma forma instrutiva mas lúdica e imaginária. Hoje em dia, o contraste é enor

Cantilenas e lengalengas - A chover e a dar sol na casa do rouxinol...

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  No Inverno, principalmente em dias de geada, o intervalo do recreio era aproveitado pelas crianças da escola primária para apanharem um pouco do sol saboroso desses dias bem frios. Para o efeito, encostavam-se à fachada nascente da escola e ali mantinham-se como gatos ao borralho, soturnos e com as mãos no bolso. Então sempre que alguém se colocava defronte, roubando assim o sol morno ao colega, era frequente este dizer a seguinte cantilena: Quem está à frente do meu sol É o diabo de Vila Maior, Com o sangue a escorrer E o gato a lamber. Normalmente ninguém queria assumir o papel de Diabo, pelo que quase de imediato quem estivesse a provocar sombra mudava logo de posição.   Outra cantilena: Sempre que estava a chover mas em simultâneo, por entre o céu nublado, lá apareciam uns risonhos raios de sol, era comum dizer-se a seguinte cantilena: A chover e a dar sol, Na casa do rouxinol, A velhinha atrás da porta A remendar o lençol. Est

Andar de andas - As nossas perigosas brincadeiras

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  Quantos de nós, em criança, não já tiveram a oportunidade de se movimentar com umas andas? As andas consistem num par de paus, com altura variável, mas em regra com cerca de dois metros e com um suporte horizontal,com uma extensão entre 10 a 20 cm, pregado ou afixado a uma certa altura de chão. Conforme demonstra as imagens acima, os suportes servem para apoiar os pés e assim ficarmos elevados. Portanto, quanto maior a distância dos suportes relativamente ao chão, maior a altura que conseguimos obter. Para se caminhar com as andas é necessário algum treino mas é relativamente fácil, obviamente dependendo da altura dos suportes. Para que a anda fique completa, o ideal é ser revestida nos topos inferiores com um material anti-derrapante, como um bocado de couro ou um taco de borracha. Também os suportes dos pés devem ter alguma aderência, mas de modo a não prender demasiado os pés, pois em caso de queda fica-se sem movimento para saltar. Nos casos em que se enfiam

Memórias do tempo de outros tempos

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  imagens: URL Entrámos ontem na estação do Outono. Por cá choveu e o céu esteve cinzento, mas apesar disso até esteve bastante quente, ainda sinal do efeito da forte trovoada que se fizera sentir na véspera. Seja como for, e apesar das estações do ano estarem nitidamente a perder as suas características, levando até alguns entendidos a prognosticarem que no futuro haverá apenas duas estações, a estação das chuvas e a estação seca, a verdade é que a partir daqui já não se podem esperar os quentinhos dias de Verão, as idas à praia, os piqueniques sob deliciosas sombras ou longas noites na esplanada. Os dias já estão mais curtos e depois da habitual mudança para a hora de Inverno, no último Domingo de Outubro, vamos entrar em mais um ciclo de seis meses de adormecimento, repletos de dias tristonhos e enfarruscados, tão característicos do Outono e Inverno. Neste constante marchar do ciclo da vida, do tempo e das estações, não tardam as primeiras geadas e com elas o tem

Brincar aos Cowboys ou "Cóbois"

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  Brincar aos cowboys, ou "cóbois", melhor dizendo, era dos passatempos preferidos dos rapazes da escola primária do meu tempo de criança. Esta paixão por imitar a vida dos vaqueiros do oeste selvagem americano, era fortemente influenciada pelos filmes e séries que nessa altura passavam com muita regularidade na RTP, desde logo a série " Bonanza ", com o clã Cartwright, que habitava no rancho Ponderosa, na Virgínia. Depois a série "Lancer", que passava habitualmente às sextas-feiras à noite, em episódios de uma hora, Chaparral, Daniel Boone   (estes duas séries em exibição actualmente na RTP Memória) e ainda vários filmes, principalmente os protagonizados por nomes como John Wayne, Henry Fonda, James Stewart, Gary Cooper, Wallace Ford, Charlton Heston, Doug McClure, Kirck Douglas, Bud Spencer, Terence Hill ( estes dois últimos na série "Trinita" e muitos outros. Para além dos filmes, tinham muita influência a colecção de c

O Barqueiro - Jogo de crianças

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  Jogo do  Barqueiro. o Barqueiro era um jogo muito popular entre as crianças do meu tempo de escola primária. Era jogado no recreio mas exigia algum espaço pelo que de preferência era jogado no terreiro adjacente à escola. Podiam participar várias crianças, quantas mais melhor. Duas delas, que seriam os porteiros da ponte, reuniam-se isoladamente do resto do grupo e combinavam entre si representar determinado elemento. Por exemplo, um representaria o trolha, o outro o pedreiro; um a rosa, o outro o cravo; um o Benfica, o outro o Porto; um o amarelo, o outro o vermelho; um a Espanha  o outro a França, e por aí fora. Era importante que fossem coisas com valores ou significados opostos mas semelhantes em termos de importância. Uma vez feita esta combinação, colocavam-se os dois de mãos dadas, levantadas em arco, de frente um para o outro. O resto do grupo participante formava uma fila, uns atrás dos outros, com as mãos apoiadas nos ombros do companheiro da frente e dava um

Cartão Brinde Popular - Qual o jogador preferido?

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  No final dos anos 60 e princípos de 70, recordo-me da existência de um jogo de sorte, chamado de  " Cartão Brinde Popular ", que estava disponível tanto nas mercearias, tascas e quitanda da aldeia, como também era adquirido e despachado por alguns dos rapazes mais velhos da escola, que assim ganhavam uns tostões. O jogo consistia num cartão com as dimensões aproximadas de 190 x 140 mm, revestido num dos lados por papel de cor. Havia de várias cores. No papel colorido eram estampados os nomes de jogadores de futebol das principais equipas do campeonato nacional, ou seja, o Benfica, o Sporting, o FC do Porto e o Belenenses, por serem os mais populares e que a malta coleccionava nos saudosos cromos de caramelos. Os cartões que aqui se reproduzem são dos anos 60 e a equipa do Benfica é constituída por jogadores como José Henriques, Humberto, Jaime Graça, José Augusto, Eusébio, Torres, Coluna e Simões. O Sporting apresentava Damas, Pedro Gomes, José Carlos, Hilário, Mo

Brincadeiras de ontem e de hoje

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  Actualmente o grosso dos tempos livres das crianças é passado de forma estática frente ao televisor, em jogos no computador ou em consolas, como a Play Station. Sem dúvida que os tempos, os contextos e os meios são outros, bastante diferentes dos anos 70, por exemplo, mas desde logo há uma ideia base que ressalta: As crianças de agora tendem a passar os tempos livres em situações de isolamento, com todos os inconvenientes, não só em casa, como até nos ambientes do recreio na escola. Os brinquedos actuais, as consolas, os telemóveis e afins, confina-os a esse auto isolamento porque pela sua natureza não são propriamente brinquedos de partilha ou de conjunto. As emoções são assim individualizadas e pouco exteriorizadas. Qualquer técnico da temática da criança , sua psicologia e desenvolvimento, saberá identificar os aspectos negativos que esta realidade pode comportar se não houver outras situações que procurem menorizar esta realidade. Pelo contrário, de há vinte e cinc

Jogo do "Cantinho"

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  Nas poucas "horas mortas" da nossa infância, o jogo do "Cantinho" merecia-nos uma especial atenção, pela sua simplicidade e interesse. Era do gosto tanto de rapazes como de raparigas. O jogo era disputado por dois jogadores: Um seria o "carpinteiro" e o outro o "pedreiro". Uma vez feita a escolha da profissão, o "pedreiro" apanhava do chão três pedrinhas, com tamanhos mais ou menos uniformes e o "carpinteiro" escolhia do mesmo modo três pauzinhos. Depois, no chão era desenhada uma grelha com quatro quadrados. O jogo iniciava com as pedrinhas dispostas horizontalmente na primeira linha e os pauzinhos distribuídos do mesmo modo mas na linha oposta. Por norma iniciava o "pedreiro". Depois da primeira partida iniciava o perdedor. Os jogadores íam mudando uma peça de cada vez, alternadamente, colocando-a em qualquer umas das inter-secções vazias das grelha. Ganhava a partida aquele que primeiro ocupasse com as su

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