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Erva de S. Roberto

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A Erva de S. Roberto é uma planta relativamente vulgar e que cresce espontaneamente por todo o país, de modo especial em campos, cômoros, muros de pedra e bermas de caminhos. É caracterizada pelos seus caules vermelhos, pequenas flores lilás e um aroma acre, forte e pouco agradável. Sendo bastante vulgar, é uma planta há muito conhecida pelas suas fantásticas propriedades medicinais, sendo indicada sobretudo para inflamações, problemas na boca, como aftas, úlceras, hemorragias, hemorróides, cálculo dos rins, nefrite, infecções ao nível dos olhos, gastrites e muitas outras.  Esta erva é por conseguinte muito abundante na minha aldeia e desde há muitos anos que conheço as suas propriedades e indicações. A Erva de S. Roberto, também conhecida por Bico-de-Cegonha (no Brasil) e Erva Roberta, entre outros nomes, estava sempre disponível na "farmácia da minha bisavó, profunda conhecedora de tudo quanto era erva medicinal. Colhia-a na fase madura, quando já tinha florido e

Sachas e merendas

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 Uma das boas memórias dos meus tempos de criança, remete-me para as merendas que se faziam no intervalo de alguns trabalhos do campo. Sobretudo no tempo das sachas (por  Maio e Junho). Primeiramente na sacha da batata e depois na do milho. A tarefa da sacha requeria paciência e sensibilidade, e consistia num trabalho de enchada, cavando-se pelo meio da carreiro (intervalo entre filas de plantas) e na sua envolvência, de modo a soltar a terra enrijecida e retirar ervas daninhas que cresceram com as primeiras humidades. Como se disse, era um trabalho de paciência e moroso. Era simultaneamente duro, pois exigia uma posição de costas vergadas e quase sempre debaixo do sol tórrido. Pelas suas características, era uma tarefa que envolvia várias pessoas, da casa e da família, mas também de vizinhos que vinham ajudar ou mesmo de jornaleiros (a quem se pagava a jorna combinada, no final do dia). Ora quando assim era, quando se envolvia um bom grupo de pessoas, dependendo das possibilidad

Carros tradicionais portugueses

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 O carro-de-bois, será certamente um dos mais primitivos meios de transporte, remontando a sua origem a tempos imemoriais, à altura em que Homem inventou a roda e aprendeu a domesticar os animais e a colocar a sua força ao seu serviço, em diferentes formas e contextos. Em Portugal foi sempre  um instrumento importante no desenvolvimento do país e da sociedade, assegurando o transporte dos produtos necessários ao do dia-a-dia das populações, da floresta ou da campo bem como da matéria prima necessária à construção das cidades, vilas e aldeias, como pedra, madeira, areias, argilas, etc. Hoje em dia ainda é utilizado mas apenas em meios rurais interiorizados, em aldeias com difíceis acessos, servidas por caminhos estreitos e sinuosos, onde o tractor não chega. Mesmo assim já serão raros os exemplares que sobrevivem. Todavia, até há cerca de duas décadas atrás, mesmo já com a vulgarização do tractor, que susbtituiu em rapidez e eficiência muitas das tarefas do campo e da floresta, o

Vestuário – Roupas dos anos 60 - XVIII

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Olhem que elegantes, as nossas beldades dos anos 60.

Broa de milho

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Hoje em dia o pão chega-nos fresco logo pela manhã, distribuído pelo padeiro da zona ou adquirido em qualquer estabelecimento de produtos alimentares. Faz habitualmente parte das nossas refeições, mas é consumido de forma automática, sem sequer percebermos toda a lida que esteve por trás da sua confecção, ainda que em padarias modernas e automatizadas. Mas nem sempre foi assim. Noutros tempos, principalmente em ambientes de aldeia, o pão para consumo durante a semana era confeccionado e cozido na própria casa. Reavivando as memórias do meu tempo de criança, recordo que em casa dos meus pais, a exemplo de muitas outras famílias, existia o tradicional forno onde semanalmente, todas as quartas-feiras, a minha mãe reservava a parte da manhã para cozer o pão. Para isso existia um móvel em madeira, designado de masseira, onde a farinha misturada com a água era amassada à força de braços e mãos.     Como era tradicional na minha região, era utilizada princi

Dia de Páscoa

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(clicar na imagem para ampliar) De um antigo livro escolar, fica aqui uma lição muito a propósito do dia de hoje. É verdade que já nada é como dantes, mas o compasso pascal ainda sobrevive como uma forte tradição das comunidades cristãs de muitas aldeias portuguesas e a leitura acima descreve na perfeição a vivência dessa realidade. A celebração da Ressurreição de Jesus é anunciada de casa em casa, em ambiente festivo, sendo simultaneamente um acto de abertura à comunidade, de partilha da mesma alegria.

Vestuário – Roupas dos anos 60 - XV

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 Voltamos a um tema muito saudoso de muitos dos nossos habituais visitantes, que é o das nostalgias das características roupas dos anos 60 , nomeadamente os modelos de crianças, no caso aconselhados para o mês de Março, habitualmente o mês dos últimos frios e dos primeiros dias quentes, e com os dias já a cheirar a Primavera. Como sempre, como principal tónica, a simplicidade dos respectivos cortes.

Vestuário – Roupas dos anos 60 - 14

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 Mais alguns modelos, adequados na transição do tempo entre o Inverno e Primavera.

Vestuário - roupas dos anos 60 - 13

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Tempo de vindimas

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  Este delicioso texto referente às vindimas, bem como a magnífica ilustração, faz parte do inesquecível livro de leitura da terceira classe do meu tempo. De facto, quem já teve oportunidade de viver e trabalhar nas vindimas, de norte a sul do país, sabe que assim é. Hoje em dia as vindimas e a decorrente produção do vinho, têm uma forte componente de trabalho mecanizado, tanto na apanha da uva como no transporte, como em todo o restante processo, desde o esmagamento até à sua passagem para o armazenamento. Por conseguinte, a mão-de-obra humana e animal é cada vez menos preponderante. Noutros tempos, porém, todo o processo era fundamentalmente manual pelo que o envolvimento de bandos de homens e mulheres resultava sempre em jornadas de alegria, tanto na apanha como na tradicional pisa. Na minha aldeia produzia-se vinho verde, mas na variedade chamada "americano" ou "morangueiro". Outrora muito apreciado em tascas e tabernas, mesmo da zona do Porto e

Vestuário - roupas dos anos 60 - 12

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Já estamos em pleno mês de Setembro pelo que as férias já terminaram para a maior parte dos portugueses. Os longos dias já estão a encolher a olhos vistos pelo que será com naturalidade que o tempo vai ficar menos quente e em breve começará a apetecer usar roupa mais fechada. É certo que ainda ontem esteve bastante quente, com o alerta máximo activo para vários distritos e os incêndios criminosos a castigar sobretudo o distrito da Guarda, por onde passei há dias, mas hoje, pelo menos por aqui, o primeiro dia de Setembro começou com chuva e está nitidamente mais fresco. Neste contexto, como sinal de últimos dias de praia e de férias, já só para alguns, publico hoje alguns modelos de roupas dos anos 60 indicados para o ar livre e tempo de praia. Nostalgia do tempo e dos tempos.

Lua - Quarto-Crescente

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  (clicar nas imagens para ampliar)   Hoje fotografei a Lua. Neste momento está quase na fase de Quarto-Crescente, portanto a caminho de Lua Cheia, o que acontecerá no dia 5 de Agosto. Se o tempo o permitir, espero então fazer a fotografia da sua luminosidade plena, tanto mais que o luar de Agosto, a par do de Janeiro, é considerado dos mais luminosos. A Lua sempre esteve muito presente na cultura e tradições populares, desde tempos imemoriais, já para não falar na sua influência religiosa em antigas civilizações. Ainda hoje as pessoas ligadas à terra têm muito em conta as fases da Lua, determinando estas os períodos ideais para as sementeiras e colheitas e até para a matança de alguns animais, como o porco. Por outro lado, determinam as condições climatéricas em função do estado da Lua num determinado momento, caso onde se aplica, por exemplo, o ditado: Lua Nova trovejada, 30 dias é molhada. A verdade é que, apesar de haver quem não veja nisso mais do que meras supersti

Festas e romarias – A procissão

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  (páginas do “ Livro de leitura da primeira classe ” - clicar nas imagens para ampliar) Será já no próximo fim-de-semana a festa anual da minha aldeia. Como manda a antiga tradição, é o primeiro Domingo do mês de Agosto a determinar a data. Tempos houve em que a festa se resumia ao dia de Domingo, mas já há bastantes anos que se prolonga de Sábado a Segunda-Feira e mais recentemente foi-lhe acrescentada a Sexta-Feira. A festa da minha aldeia na actualidade é idêntica a muitas outras que ocorrem por estes meses de Verão em quase todas as aldeias deste nosso Portugal. Desde as mais humildes e discretas até às mais populares, extravagantes e despesistas, há-as para todos os gostos e em todos os recantos, desde o Minho ao Algarve, desde o Litoral até ao Interior, não esquecendo, naturalmente, os Açores e a Madeira. Actualmente estas festas e romarias continuam a ser diferenciadas principalmente pelas dimensões e respectivos orçamentos, quase sempre desmesurados, mas

Água da fonte – Viagens pelos livros escolares - 14

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  Actualmente, mesmo em muitas aldeias do interior, a água canalizada já chega com todo o comodismo às torneiras das casas. Mas nem sempre foi assim: Noutros tempos, o abastecimento público de água era um privilégio das cidades e vilas e nem todas. Por conseguinte, as fontes e poços tinham uma importância extrema no fornecimento de água às populações, tanto para consumo como para rega. No tempo do Estado Novo, a construção de um lavadouro público, quase sempre ao lado de um fontenário, era uma obra deveras importante para as populações locais. Neste contexto, na minha aldeia, que até é pequena, existem pelo menos 6 desses equipamentos, quase todos construídos no início dos anos 60. Com o tempo foram perdendo importância pelo que a utilização do lavadouro é já muito esporádica. As fontes continuam a funcionar, é certo, mas pouco aproveitadas, até porque a água que brota nalgumas delas estão consideradas impróprias para consumo. Dizem que estas análises oficiais têm uma

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