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Santa Eufêmia – Paraíso – Castelo de Paiva

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  Hoje, dia 15 de Setembro, fui comprir uma tradição pessoal já com muitos anos. Fui à romaria de Santa Eufêmia que se realiza anualmente nos dias 14, 15 (dia grande) e 16 de Setembro, na freguesia de S. Pedro do Paraíso, concelho de Castelo de Paiva. Esta santa, tem muita tradição em Portugal e a ela, sensivelmente por esta data, são dedicadas festas e romarias em algumas das nossas aldeias. Por cá, das grandes romarias da nossa região e arredores, nomeadamente a Senhora da Saúde, em Carvalhos-Pedroso-Vila Nova de Gaia, S. João no Porto, Senhor da Pedra, em Gulpilhares - Vila Nova de Gaia, a Senhora da Saúde, em Gestoso -Vale de Cambra, S. Cosme, em Gondomar, S. Simão, em Urrô - Penafiel, S. Domingos da Queimada, Raiva - Castelo de Paiva, Senhora das Amoras, em Oliveira do Arda, Castelo de Paiva, Festa das Colheitas, em Arouca e Festa das Fogaceiras, em Santa Maria da Feira e outras mais,  pessoalmente considero que a romaria de Santa Eufêmia na freguesia do Paraíso, em Caste

Broa de milho

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Hoje em dia o pão chega-nos fresco logo pela manhã, distribuído pelo padeiro da zona ou adquirido em qualquer estabelecimento de produtos alimentares. Faz habitualmente parte das nossas refeições, mas é consumido de forma automática, sem sequer percebermos toda a lida que esteve por trás da sua confecção, ainda que em padarias modernas e automatizadas. Mas nem sempre foi assim. Noutros tempos, principalmente em ambientes de aldeia, o pão para consumo durante a semana era confeccionado e cozido na própria casa. Reavivando as memórias do meu tempo de criança, recordo que em casa dos meus pais, a exemplo de muitas outras famílias, existia o tradicional forno onde semanalmente, todas as quartas-feiras, a minha mãe reservava a parte da manhã para cozer o pão. Para isso existia um móvel em madeira, designado de masseira, onde a farinha misturada com a água era amassada à força de braços e mãos.     Como era tradicional na minha região, era utilizada princi

Dia de Páscoa

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(clicar na imagem para ampliar) De um antigo livro escolar, fica aqui uma lição muito a propósito do dia de hoje. É verdade que já nada é como dantes, mas o compasso pascal ainda sobrevive como uma forte tradição das comunidades cristãs de muitas aldeias portuguesas e a leitura acima descreve na perfeição a vivência dessa realidade. A celebração da Ressurreição de Jesus é anunciada de casa em casa, em ambiente festivo, sendo simultaneamente um acto de abertura à comunidade, de partilha da mesma alegria.

Feliz e Santo Natal 2009

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Do meu livro de religião da 1ª classe, deixo neste dia a memória dessa bela 10ª lição, sobre o nascimento de Jesus. Para todos, e já são muitos, quantos regularmente visitam este modesto espaço de memórias e nostalgias, desejo um sincero Natal, de felicidade, paz e harmonia. Numa sociedade em que o Natal cada vez mais se assume como uma época excessivamente comercial ou consumista, e onde a figura banal e decorativa do Pai Natal parece reclamar todas as atenções e pretextos, importa não esquecer a verdadeira génese da data e da festividade, que é a do nascimento de Deus Menino, nascido num contexto de pobreza e humildade e que veio trazer aos homens do Seu tempo e de todos os tempos, uma mensagem de amor pelo próximo.

Postais de Natal - 1

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A exemplo do que fiz por esta época no ano passado, ao longo dos próximos dias publicarei por aqui alguns postais de Natal, incluindo alguns rabiscados por mim, como é o exemplo deste que agora deixo. Será uma forma de o blogue entrar no espírito de Natal, um tempo fértil em tantas e boas recordações de tempos passados, especialmente aqueles em que éramos crianças e onde essa quadra vivia-se com uma magia especial. Os postais poderão ser ampliados clicando-se sobre a respectiva imagem.

S. Martinho – Tempo de lendas e tradições

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Hojé é dia de S. Martinho. Um santo e uma data de fortes tradições, associadas ao tempo de Outono, às castanhas e ao vinho novo. Um pouco por todo o país são realizadas festas ou romarias de invocação ao santo, das quais destaco o S. Martinho em Penafiel , também conhecida por romaria dos burros, sendo feriado municipal naquele concelho. O nosso povo ao longo dos tempo adoptou vários provérbios ou rifões populares à volta deste tempo de S. Martinho: Eis alguns que consegui reunir: - Pelo S. Martinho, mata o teu porco e prova o teu vinho; - Em dia de S. Martinho, desce à adega e prova o vinho; - Pelo S. Martinho, lume, castanhas e vinho; - Pelo S. Martinho, sobra a água no moinho; - Pelo S. Martinho, sai o porco, entre o bacorinho; - Pelo S. Martinho, todo o mosto dá bom vinho; - Queres pasmar o vizinho? Esterca e lavra pelo S. Martinho; - Virá o Verão de S. Martinho, nem que dure um bocadinho; - Pelo S. Martinho, na horta alho e cebolinho; - Pel

O “Jogo da Macaca”

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  Dos jogos de crianças associados ao recreio da escola primária, o  "Jogo da Macaca" era um dos mais populares. Este jogo é conhecido por todo o país, mas, naturalmente, com variantes de região para região, quer na forma geométrica da “macaca” quer nas suas regras. Na minha aldeia, brinca-se assim o jogo da macaca: No chão, preferencialmente de terra, desenha-se de forma indelével a "macaca", constituída por sete "casas", sendo três seguidas de formato sensivalmente rectangular e terminando num círculo dividido em quatro quartos. Habitualmente eram admitidas a jogo três crianças, quase sempre raparigas, que sorteavam entre si a ordem de começo. A primeira ficava com o nome de "primas", a segunda de "xigas", a terceira e última de "restas". O objecto que serviria para percorrer a "macaca", em forma de disco ou patela, chamava-se "malha" e habitualmente era feita toscamente com um caco de

Tempo de vindimas

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  Este delicioso texto referente às vindimas, bem como a magnífica ilustração, faz parte do inesquecível livro de leitura da terceira classe do meu tempo. De facto, quem já teve oportunidade de viver e trabalhar nas vindimas, de norte a sul do país, sabe que assim é. Hoje em dia as vindimas e a decorrente produção do vinho, têm uma forte componente de trabalho mecanizado, tanto na apanha da uva como no transporte, como em todo o restante processo, desde o esmagamento até à sua passagem para o armazenamento. Por conseguinte, a mão-de-obra humana e animal é cada vez menos preponderante. Noutros tempos, porém, todo o processo era fundamentalmente manual pelo que o envolvimento de bandos de homens e mulheres resultava sempre em jornadas de alegria, tanto na apanha como na tradicional pisa. Na minha aldeia produzia-se vinho verde, mas na variedade chamada "americano" ou "morangueiro". Outrora muito apreciado em tascas e tabernas, mesmo da zona do Porto e

Festas e romarias – A procissão

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  (páginas do “ Livro de leitura da primeira classe ” - clicar nas imagens para ampliar) Será já no próximo fim-de-semana a festa anual da minha aldeia. Como manda a antiga tradição, é o primeiro Domingo do mês de Agosto a determinar a data. Tempos houve em que a festa se resumia ao dia de Domingo, mas já há bastantes anos que se prolonga de Sábado a Segunda-Feira e mais recentemente foi-lhe acrescentada a Sexta-Feira. A festa da minha aldeia na actualidade é idêntica a muitas outras que ocorrem por estes meses de Verão em quase todas as aldeias deste nosso Portugal. Desde as mais humildes e discretas até às mais populares, extravagantes e despesistas, há-as para todos os gostos e em todos os recantos, desde o Minho ao Algarve, desde o Litoral até ao Interior, não esquecendo, naturalmente, os Açores e a Madeira. Actualmente estas festas e romarias continuam a ser diferenciadas principalmente pelas dimensões e respectivos orçamentos, quase sempre desmesurados, mas

Água da fonte – Viagens pelos livros escolares - 14

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  Actualmente, mesmo em muitas aldeias do interior, a água canalizada já chega com todo o comodismo às torneiras das casas. Mas nem sempre foi assim: Noutros tempos, o abastecimento público de água era um privilégio das cidades e vilas e nem todas. Por conseguinte, as fontes e poços tinham uma importância extrema no fornecimento de água às populações, tanto para consumo como para rega. No tempo do Estado Novo, a construção de um lavadouro público, quase sempre ao lado de um fontenário, era uma obra deveras importante para as populações locais. Neste contexto, na minha aldeia, que até é pequena, existem pelo menos 6 desses equipamentos, quase todos construídos no início dos anos 60. Com o tempo foram perdendo importância pelo que a utilização do lavadouro é já muito esporádica. As fontes continuam a funcionar, é certo, mas pouco aproveitadas, até porque a água que brota nalgumas delas estão consideradas impróprias para consumo. Dizem que estas análises oficiais têm uma

Provérbios, rifões ou ditados populares - 1

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  Fazem parte da minha memória desde criança, os provérbios, ditados ou rifões populares. Cada um deles, na sua simplicidade, carrega importantes ensinamentos adquiridos por gerações com base na experiência de um quotidiano quase sempre ligado à vida do campo. Um provérbio dito no contexto certo diz mais que muitos considerandos. Vou deixar por aqui, às prestações, alguns muito característicos da minha terra. Naturalmente, alguns serão também comuns a outras regiões, com maior ou menor aproximação, quer na construção quer no significado, que, creio, será perceptível à maioria dos meus leitores.   - Um burro carregado de livros é doutor. - A pensar morreu um burro. - Porque um burro dá um coice, não se lhe há-de cortar a perna. - Quem não pode aluga um burro. - Uma sardinha ao longe carrega um burro. - Abundante a chuva, gorda a uva. - A gado que roe nunca faltaram farrapos. - À custa dos tolos riem-se os assisados. - Alegrai-vos tripas, que aí vai vinho! -

Maio - Mês das cerejas

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Em Portugal, Maio é considerado o mês das cerejas. É claro que mesmo Junho é ainda abundante, mas por tradição creio que o mês das flores merece essa distinção. As cerejas das fotos foram colhidas na cerejeira que mora no meu quintal, sendo que a maior parte está, inapelavelmente, destinada aos pássaros que por estes dias pousam abundantes e gulosos na cerejeira: Melros, pardais, rolas, poupas, gaios, pegas, piscos, verdelhões e outros mais. A passarada adora cerejas e com um manjar destes fazem autênticos festins (à minha custa, é certo, mas sobretudo da Natureza). As cerejas fazem-me transportar aos meus tempos de criança e adolescente e às enormes e frondosas cerejeiras que existiam na quinta dos meus avôs paternos. Por esta altura do ano, eu os meus irmãos e primos, frequente e destemidamente, trepávamos até ao alto, baloiçando nos ramos, colhendo e comendo. Eram autênticas barrigadas de cerejas, nas quentes tardes de Maio e Junho. Enfeitávamos as orelhas com os

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